A Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen), subordinada ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, transferiu 23 presos do Presídio Federal de Mossoró (RN). Entre eles, Luiz Fernando da Costa, mais conhecido como Fernandinho Beira-Mar, ex-líder da organização criminosa Comando Vermelho (CV) e considerado por autoridades como um dos maiores traficantes da América Latina.

A transferência dos presos foi feita de forma sigilosa entre os dias 1º e 3 de março. De acordo com o governo, houve um "rodízio periódico" entre penitenciárias federais "com a finalidade de garantir o enfraquecimento das lideranças do crime organizado". Beira-Mar foi levado para o Presídio Federal de Catanduvas (PR).

Segundo o Ministério da Justiça, "o remanejamento de presos no âmbito do Sistema Penitenciário Federal é medida importante para seu perfeito funcionamento, pois visa impedir articulações das organizações criminosas dentro dos estabelecimentos de segurança máxima, além de enfraquecer e dificultar vínculos nas regiões onde se encontram as Penitenciárias Federais", frisando que o procedimento é "rotina".

Os presos foram transferidos após o primeiro caso de fuga do sistema de segurança federal. Na madrugada de 14 de fevereiro, dois detentos fugiram da Penitenciária de Mossoró por um buraco feito em suas celas, que eram individuais. Eles deixaram o local no mesmo horário e cortaram a grade do presídio com um alicate deixado no canteiro de obras,

Os fugitivos foram identificados como Deibson Nascimento e Rogério Mendonça, ligados ao Comando Vermelho (CV). Quase 20 dias depois da fuga, eles ainda não foram encontrados. Mais de 500 agentes integram as equipes de buscas na região. A crise na segurança pública, inclusive, foi apontada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, como o principal desafio da União.