Crime na Amazônia

Guardian reclama que Bolsonaro foi insensível e autoridades demoraram a agir

Jornal inglês fez editorial sobre assassinato de Dom Phillips e Bruno Pereira no Vale do Javari

Por O TEMPO Brasília
Publicado em 16 de junho de 2022 | 20:12
 
 
A família de Phillips, morto no Amazonas, divulgou uma vaquinha para levantar fundos na ausência do jornalista Foto: Joao LAET / AFP

O jornal inglês The Guardian publicou nesta quinta-feira (16) um editorial em que reclama que as autoridades brasileiras demoraram a organizar uma busca adequada pelo jornalista Dom Phillips e pelo indigenista Bruno Pereira, mortos no Vale do Javari, e que o o presidente Jair Bolsonaro foi insensível ao falar do episódio. 

"As autoridades brasileiras demoraram a montar uma nusca adequada ao joranlista e ao defensor dos índios e a iniciar uma investigação criminal: foram os indígenas que abriram o caminho", diz o Guardian, afirmando que é "reconfortante saber que um suspeito está agora sob custódia".

O jornal pede que os assuntos sejam plenamente apurados e reclamou que o governo deveria enviar uma mensagem clara sobre a importância do caso.

"O presidente do país, Jair Bolsonaro, ao dizer que algo 'perverso' aconteceu, também culpou insensivelmente os dois homens", diz o Guardian que completou enfatizando que, "em contraste, os brasileiros demonstraram imensa simpatia por eles e suas famílias".

Bolsonaro chegou a afirmar que Dom Phillips era malvisto na região, que deveria andar armado e que o local era perigoso. Antes, afirmou que os dois mortos estavam em uma aventura. Os dois estavam no Vale do Javari a trabalho. Nesta quinta, ele se solidarizou com os familiares das vítimas.

"(O trabalho de Dom e Bruno) simplesmente não era do interesse de um Estado capturado por interesses extrativistas e que despreza o Estado de Direito, criando uma cultura de impunidade para aqueles que exploram a floresta amazônica e tornando seus protetores muito mais vulneráveis", enfatiza o jornal.

O Guardian ainda diz que o Brasil é um dos países mais perigosos para os defensores da terra de do meio ambiente, lembrando que foram 20 mortos em 2020 no país, segundo a agência Global Witness.

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