O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou em carta aberta encaminhada ao ministro da Economia, Paulo Guedes, os motivos que levaram a inflação a terminar 2021 em 10,06%, acima da meta estipulada em 5,25%.
De acordo com Campos Neto, os pontos que contribuíram são: Forte elevação dos preços de bens transacionáveis em moeda local, em especial os preços de commodities, bandeira de energia elétrica de escassez hídrica, desequilíbrios entre demanda e oferta de insumos, e gargalos nas cadeias produtivas globais.
"As pressões sobre os preços de commodities e nas cadeias produtivas globais refletem as mudanças no padrão de consumo causadas pela pandemia, com parcela proporcionalmente maior da demanda direcionada para bens e impulsionada por políticas expansionistas. Esses desenvolvimentos, que ocorreram em nível global, geraram excesso de demanda em relação à oferta de curto prazo de diversos bens, causando um desequilíbrio que, em diversos países e setores, foi exacerbado por falta de mão-de-obra, problemas logísticos e gargalos de produção. De fato, a aceleração significativa da inflação em 2021 para níveis superiores às metas foi um fenômeno global, atingindo a maioria dos países avançados e emergentes", disse Campos Neto na carta.
Está é a sexta carta de um presidente do Banco Central para explicar os motivos por não atingir as metas de inflação. O número da inflação de 2021 é o segundo pior desde 2010. Em 2015, a inflação fechou em 10,67%.
Ainda na carta, Campos Neto cita os itens com maior impacto para a inflação do ano passado. A gasolina, por exemplo, teve variação para cima de 47,49%. O gás de cozinha, 36,99% e a energia elétrica de 21,21%.
Apenas a gasolina, cita Campos Neto na carta, foi responsável pelo aumento de 2,33 pontos percentuais na variação do IPCA.
A carta de Campos Neto tem 14 páginas. Leia a íntegra.
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