A saída do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, do Palácio do Itamaraty, em Brasília, causou tumulto entre seguranças e jornalistas. A equipe de O TEMPO na capital esteve no local e acompanhou os detalhes.

Jornalistas brasileiros chegaram a ser agredidas por funcionários do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI), enquanto repórteres venezuelanos foram hostilizados pela comitiva do presidente do seu país.

A situação ocorreu enquanto os seguranças tentavam impedir a aproximação dos profissionais de imprensa ao líder venezuelano. A repórter Delis Ortiz, da TV Globo, levou um soco no peito de um segurança do GSI. Outros jornalistas também sofreram agressões. 

O GSI abriu sindicância para apurar o ocorrido. Em comunicado oficial, o GSI declara que “lamenta o episódio e se solidariza” com quem foi agredido.

Assista abaixo:

A saída do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, do Itamaraty causou confusão entre seguranças e jornalistas, nesta terça (30). pic.twitter.com/yAlur8lsUh

— O Tempo (@otempo) May 30, 2023

O Ministério das Relações Exteriores (MRE) divulgou uma nota lamentando o episódio. "O MRE lamenta o incidente no qual houve agressão a profissionais de imprensa, ao final da Reunião de Presidentes da América do Sul. Providências serão tomadas para apurar responsabilidades", afirmou

A Secretaria de Imprensa da Presidência da República (Secom) também se solidarizou com os jornalistas agredidos.

"A Secretaria se solidariza com a jornalista Delis Ortiz e repudia toda e qualquer agressão contra jornalistas. Todas as medidas possíveis serão tomadas para que esse episódio jamais se repita", declarou.

Associações de jornalistas repudiam agressão

Na noite de terça-feira (30), associações e sindicato de jornalistas repudiaram o ocorrido. O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal (SJPDF) pediu que o MRE e a Secom apurem eventuais abusos cometidos contra os profissionais da imprensa.

"É fundamental que  a organização preveja um planejamento mais compatível e adequado em eventos dessa natureza. A entidade também se solidariza com os profissionais agredidos e se coloca à disposição para dar o suporte que seja necessário", salientou.

A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) também se manifestou por meio de suas redes sociais.

"A Abraji repudia com veemência a agressão sofrida por profissionais de imprensa, entre eles a repórter da TV Globo Delis Ortiz, durante a saída do presidente da Venezuela, Nicolas Maduro, do Itamaraty. A violação à liberdade de imprensa tem de ser apurada com rigor", defendeu.

Já a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) classificou como "injustificável e inaceitável que em um governo democrático como no Brasil, seguranças agridam a imprensa, a exemplo do que habitualmente acontece na Venezuela".

"A Abert reafirma a defesa intransigente da liberdade de expressão e do direito à livre informação e pede às autoridades brasileiras uma rigorosa apuração do caso e punição dos agressores", cravou.

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