BRASÍLIA – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) questionou a capacidade dos nomes já apresentados como pré-candidatos à Presidência da República em 2026 de vencê-lo nas eleições do ano que vem, caso ele decida disputar um novo mandato. Segundo o petista, aos 79 anos, ele tem saúde, vontade e disposição para vencer um pleito eleitoral se necessário.
As declarações foram dadas em entrevista ao podcast “Mano a Mano”, apresentado pelo rapper Mano Brown e pela jornalista Semayat Oliveira. Durante a conversa, Lula evitou confirmar se será candidato nas eleições e ressaltou que a decisão não depende somente dele. Ainda assim, minimizou a força dos possíveis adversários. O episódio foi veiculado nesta quinta-feira (19).
“Eu não sou um candidato meu. Eu, se estiver no momento eleitoral, com a saúde que estou hoje, com a vontade que estou hoje e com a disposição que tenho, eu serei candidato para ganhar as eleições. Que a extrema-direita está procurando adversário, está procurando. Eu vejo todo dia nome, todo dia. Não tem problema. Pode procurar candidato que eles quiserem. Se eu for candidato, é para ganhar as eleições”, afirmou.
Entre os nomes mencionados por Lula no podcast como pré-candidatos estavam os governadores de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo); de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil); do Paraná, Ratinho Júnior (PSD); e de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Destes, apenas Tarcísio ainda não se colocou como pré-candidato à Presidência, embora seja considerado pelo centrão e pela direita como uma opção para o pleito diante da inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Se depender do meu esforço físico, da minha consciência política, a extrema-direita não volta a governar esse país. Pode ter certeza disso. Quem quiser ganhar de mim vai ter que andar mais do que eu na rua, vai ter que ser mais disposto do que eu na rua, vai ter que conversar mais com o povo do que eu na rua e vai ter que fazer mais do que eu. E eu duvido que tenha alguém que seja capaz disso, pelo menos dos que estão aí”, finalizou Lula.
Pesquisas
Lula também comentou sobre as pesquisas que apontam uma queda na avaliação de seu governo. “A pesquisa é uma fotografia do momento que você faz a pesquisa. (...) Esse é o ano da colheita, da gente entregar. Estou convencido de que vamos entregar mais coisa do que o povo jamais imaginou que a gente fosse entregar do ponto de vista de benefício para sociedade. Tenho certeza que a gente vai melhorar na pesquisa”.
O presidente aproveitou para admitir erros de comunicação no Palácio do Planalto. “A gente não comunicou corretamente. As pessoas não sabem das coisas que fizemos. Então, não tem por que as pessoas aprovarem o governo", afirmou. Ele também reconheceu que o escândalo de descontos indevidos no INSS prejudica a imagem do governo, mas afirmou que sua gestão foi responsável pelas investigações que revelaram "a maracutaia do governo (Jair) Bolsonaro".