A Polícia Federal está deslocando parte do efetivo envolvido na operação Libertação – criada para atuar no combate ao garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami – para a aldeia Palimiú, onde fica a base federal atacada por garimpeiros quinta-feira (23).
A tropa da PF conta com apoio de helicópteros das Forças Armadas. Os agentes foram mobilizados após o serviço de inteligência da corporação apontar para uma possível movimentação de garimpeiros em busca de novo ataque à base.
Há duas semanas, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) montou uma barreira contra a entrada de embarcações clandestinas no território indígena.
Na última segunda-feira (20), a base ganhou uma estrutura de cabos de aço, que atravessa o rio Uraricoera, e, desde então, de acordo com o Ibama, nenhum barco carregado havia seguido em direção aos garimpos.
Mas, na quinta, garimpeiros armados furaram o bloqueio e atiraram contra agentes do Ibama que abordaram uma das embarcações. Os fiscais revidaram.
No tiroteio, um dos garimpeiros, cujo nome não foi divulgado, ficou ferido e foi detido pela PF. Ele permanecia internado até a madrugada desta sexta.
Os criminosos desciam o rio em sete embarcações do tipo “voadeira”, de 12 metros de comprimento cada, carregadas de cassiterita, metal cuja demanda tem aumentado, assim como o valor. O carregamento foi identificado por drones operados por fiscais do Ibama. Após o ataque, os criminosos fugiram.
A segurança da base de controle é feita por agentes da Força Nacional de Segurança Pública, da Polícia Rodoviária Federal e do Ibama.
Para o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, trata-se de um ataque criminoso programado. “Todos aqueles que tentarem furar o bloqueio serão presos. Acabar com o garimpo ilegal é uma determinação do presidente Lula”, acrescentou.
Em maio de 2021, começou, na região do Palimiú, uma série de investidas de garimpeiros, que atiraram com armas de fogo e lançaram bombas de gás. O grupo de invasores chegou a disparar contra uma equipe da PF que foi socorrer os yanomami. O local tem uma população de cerca de mil habitantes.
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