A Polícia Federal faz nesta quarta-feira (5) uma operação contra crimes de falsidade ideológica eleitoral, apropriação indébita eleitoral e lavagem de dinheiro nas eleições de 2022. Um dos alvos é o coach e ex-candidato a presidente e a deputado Pablo Marçal. São cumpridos sete mandados de busca e apreensão nas residências e sedes das empresas  dos investigados.

"O investigado que foi candidato a Presidente da República e a Câmara dos Deputados e seu sócio realizaram doações milionárias às campanhas, sendo que boa parte desses valores foi remetido posteriormente às próprias empresas das quais são sócios", afirmou a Polícia Federal em nota sobre a operação.

Nos últimos dias, Pablo Marçal esteve envolvido em uma série de polêmicas. Em junho surgiu a revelação de que um funcionário de uma de suas empresas morreu após um infarto em uma maratona surpresa. Depois disso, diversos relatos de assédio e práticas abusivas em seus empreendimentos vieram a público. Ele também sofreu críticas ao dizer em uma live que, como homenagem, estava colocando o nome do jovem falecido em seu melhor tênis. O irmão da vítima acusou Pablo Marçal de fazer marketing em cima da tragédia.

Além disso, um técnico morreu em um estúdio de sua propriedade, após levar um choque e cair de uma escada. A defesa de Marçal tem negado qualquer prática abusiva nas companhias.

Nas redes sociais, Pablo Marçal comentou a operação da PF e afirmou ser vítima de perseguição. Veja o que ele disse:

"Agora, oficialmente sou declarado um perseguido político no Brasil. Cancelaram a minha candidatura a presidente em 2022 de forma equivocada e roubaram a minha eleição legítima com quase 250 mil votos para deputado federal por São Paulo.

Não fui acordado pela PF hoje, pq as 03:45 eu já estava acordado colocando pressão no sol. Fizeram busca em apreensão na minha casa com esse documento e não acharam nenhuma irregularidade. Fizeram buscas em 7 endereços (3 empresas, 2 sócios, 1 advogado e levaram apenas celular e notebook como de praxe).

Trata-se de uma investigação ELEITORAL sobre as doações lícitas, que movimentamos para usar as aeronaves e veículos de propriedade empresarial do grupo societário que faço parte com o escopo eleitoral.

Quero ressaltar que a perseguição política engendrada contra a minha pessoa, é fruto do pacote que todos estão sofrendo por terem Apoiado o presidente Bolsonaro.

Claramente existe uma tentativa de silenciar as vozes daqueles que defendem a liberdade nessa nação.

Coloco tudo a disposição e acredito que a Justiça eleitoral usará da firmeza da lei para cessar essa revolta instaurada sobre mim.  

Reforço meu compromisso com o povo de defender essa nação.

Peço a sabedoria de todos pra comentar nas postagens a nossa indignação com o que o Brasil está virando."

Quem é Pablo Marçal?

Bacharel em direito, Pablo Marçal nasceu em 18 de abril de 1987 em Goiânia e é empresário e coach. Em 2022, tentou ser candidato a presidente, chegou a ser confirmado em convenção do PROS, mas uma mudança no comando da legenda derrubou sua candidatura. Ele entou tentou concorrer como deputado. Ao TSE ele declarou bens que totalizam R$ 16,9 milhões. A maior parte do valor em participações societárias diversas. Ele também declarou um apartamento de R$ 100 mil, uma sala de mesmo valor e aplicações em renda fixa, ações, fundos e consórcios.

Nota da defesa

No dia de hoje foram cumpridos alguns mandados de busca e apreensão no endereço residencial do Sr Pablo Marçal, e também em três de suas empresas. 

Foram cumpridos diligências ainda na residência de um sócio e também na minha residência por ser seu advogado.

Trata-se de uma investigação judicial eleitoral conduzida pela 1ª Zona Eleitoral de São Paulo, que visa apurar movimentações financeiras ocorridas na época de campanha para Presidente da República e Deputado Federal. 

Cumpre esclarece que em nenhuma das campanhas foram utilizados recursos de origem partidária, sendo todas as despesas de campanha pagas através de recursos próprios ou de doações de terceiros. 

O cerne da investigação gira sobre o fato de Pablo ter sido o maior doador de sua campanha, e ter locado veículos e aeronaves de empresas da qual faz parte do quadro societário, movimento esse que não infringe qualquer norma legal, uma vez que foram utilizados os instrumentos jurídicos aceitáveis pela justiça eleitoral.

As diligências foram conduzidas de maneira profissional pelos agentes envolvidos na operação, que recolheram apenas computadores e celulares dos investigados.

Reiteramos que nenhum ilícito foi praticado e nenhum centavo de dinheiro público foi utilizado nas campanhas eleitorais, sendo todas as prestações de contas apresentadas aos tribunais eleitorais competente para julgamento. 

Conforme noticiado, a prestação de contas para o cargo de deputado federal foi indeferida com base em pontos controversos, onde já foram impetrados os instrumentos jurídicos necessários, para que a decisão seja revista, e a prestação de contas seja deferida.

Toda cooperação necessária para o esclarecimento dos fatos estão e continuaram sendo prestadas, para pôr fim à esse equívoco o mais rápido possível. 

Tassio Renam 
Advogado