PF prende ex-deputado federal Wladimir Costa por violência política

A Polícia Federal (PF) prendeu na manhã desta quinta-feira (18) o ex-deputado federal Wladimir Costa, 60, no Aeroporto Internacional de Belém (PA). Ele foi abordado ao desembarcar na capital paraense e, em seguida, encaminhado ao sistema prisional do Estado. O político é acusado por violência política contra uma parlamentar. 

A prisão preventiva contra ele foi requerida pela própria PF. A corporação alegou que Wladimir Costa foi preso “em razão da prática reiterada, entre outros, dos crimes eleitorais de violência política praticados contra deputada federal por meio das redes sociais”.  As ofensas eram direcionadas à deputada federal Renilce Nicodemos (MDB-PA).

No inquérito, a PF detalha que o ex-deputado fez uma série de ataques contra a parlamentar e até mesmo sugeriu, durante a transmissão de uma live, que os seus seguidores a apedrejassem. Além de xingamentos, Wladimir criou músicas contra ela, espalhou faixas pelas ruas de Belém e contratou carro de som para proferir palavrões contra Renilce. 

A decisão judicial, expedida pelo Tribunal Regional Eleitoral do Pará (TR-PA), ordenou a exclusão das postagens em redes sociais que motivaram o mandado de prisão. Outros dois perfis ligados a Wladimir Costa no Instagram também foram retirados do ar.  

O paraense foi deputado federal por quatro mandatos, tendo cumprido o primeiro em 2003, pelo então PMDB. Já em 2017, então filiado ao Solidariedade, ele teve o mandato cassado por abuso de poder econômico e gastos ilícitos durante a campanha eleitoral de 2014. O TRE do Pará o tornou inelegível por oito anos.  

O ex-deputado ganhou visibilidade nacional em 2017, quando fez uma homenagem ao então presidente da República, Michel Temer (2016-2019). Ele tatuou a palavra “Temer” no ombro direito. Em várias postagens nas redes sociais, ele fez questão de postar fotos com a inscrição desenhada no próprio corpo.  

Atualmente, nas redes sociais, Wladimir se identifica como “criador de conteúdo digital”. Ele é empresário, músico e apresentador de programas de TV e rádio no Pará.  A maioria das postagens nas plataformas digitais eram relacionados a ataques e críticas a políticos do Estado - sobretudo, ao atual governador paraense, Helder Barbalho (MDB).