Resposta

Kalil diz que áudio divulgado é “clandestino” e “distorcido”

Prefeito de Belo Horizonte disse que avalia entrar na Justiça devido a gravação divulgada pelo ex-chefe de gabinete dele, Alberto Lage

Qui, 21/10/21 - 14h28
Alexandre Kalil | Foto: Alexandre Mota / O Tempo

O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), disse nesta quinta-feira (21) que o áudio divulgado pelo ex-chefe de gabinete, Alberto Lage, é “clandestino, irregular e criminoso” e que não poderia ter sido divulgado. O prefeito afirmou que estuda entrar na Justiça.

Lage divulgou a gravação de uma reunião com o prefeito no dia 18 de agosto. Segundo ele, Kalil lhe disse que o ex-presidente da BHTrans, Célio Bouzada, teria a defesa custeada por empresários de ônibus.

“O problema do áudio é que ele é distorcido. Quando ele for transcrito na Justiça, como será, todos vão ver que eu disse, que eu pensava, que eu achava, que podia ser, podia não ser, que um advogado do nível do doutor Hermes poderia estar sendo financiado por alguém. Uma conversa particular com quem eu achava que era de confiança e fazendo o meu valor de juízo de tudo que estava acontecendo”, disse Kalil.

“O que eu fico mais triste é que importantes veículos publicam uma manchete dizendo que eu falei, que eu afirmei que o advogado, de altíssimo nível e gabarito, teria sido pago certamente por fulano e beltrano. Eu ainda citei uma gama de pessoas que poderiam, no meu valor de juízo, estar fazendo isso ou aquilo”, acrescentou o prefeito.

Ainda segundo Kalil, ele ficou sabendo por um vereador de que o diretor da Faculdade de Direito da UFMG, Hermes Guerrero, seria o advogado de Bouzada.

“Até por uma questão de repor a verdade: quem me informou que o doutor Hermes era o advogado do Célio Bouzada foi um vereador que me ligou. Também será provado porque é fácil ver quem ligou pra quem. Quando eu falei a expressão íntima, de quem estaria com medo, eu não citei o Célio, eu citei exatamente um dos vereadores”, afirmou Kalil.

O prefeito disse que não sabe o motivo de Alberto Lage estar divulgando os áudios, mas que tem “caroço debaixo desse angu”, em alusão a motivações políticas.

Segundo Kalil, ele pediu para Lage continuar no posto, mas que desde a saída não tem mais relações com o ex-chefe de gabinete.

“Eu não tenho medo do que ele gravou. Da minha boca em cinco anos ele nunca escutou nada não republicano. Ele pode editar, pode fazer o que ele quiser, mas ele nunca ouviu da minha boca nada não reublicano”, afirmou Kalil

“Entrei com a mão limpa e vou sair com a mão limpa. Estamos com problemas na cidade e eu estou aqui para resolvê-los. Não é para bater boca com politiqueiros que estão movidos por interesses escusos”, declarou o prefeito em outro momento da entrevista.

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