Líder das pesquisas de intenção de voto para as eleições de 2022, mas sofrendo resistência em grupos religiosos ligados ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um encontro virtual com evangélicos neste sábado (27). Comandado pela ex-governadora do Rio de Janeiro, Benedita da Silva, que é evangélica, o encontro contou também com a presidente do PT, Gleisi Hoffmann.
Após ouvir representantes de diversas denominações religiosas, entre pastores e fiéis, Lula defendeu que a legenda dê mais espaço para o segmento.
"Essa reunião, pra mim, ela nos mostra que a gente deveria criar na televisão do PT, na rádio do PT, o momento evangélico, o momento da nossa rádio e na nossa televisão em que a gente pudesse ter vocês (fiéis) falando. Não é escolher um pastor, um bispo. É vocês. Do jeito que vocês falaram. Com a tranquilidade que vocês falaram. Com a alma aberta, do jeito que vocês falaram, que interessa pra gente colocar nas nossas redes pras pessoas perceberem efetivamente o que é a religião evangélica no nosso país", disse Lula, falando diretamente para Gleisi Hoffman.
Na conversa, Lula disse que há "muito fetiche e muita maldade" acerca das posições dos evangélicos e apostou que poderá vencer o atual presidente também no eleitorado mais religioso.
"Eu nunca acreditei nessa história de que o evangélicos iam votar em não sei aonde. Eu acho que os evangélicos votam naqueles que tiverem capacidade de convencer eles. Naqueles que fizerem seus argumentos chegarem até eles. Lamentavelmente, a gente teve em 2018 uma campanha com fake news, com muita mentira. Coisa que a gente não estava tão acostumado. E nós aprendemos. Eu acompanho pesquisa todo dia e eu não vejo o Bolsonaro ganhar de mim no meio dos evangélicos. Eu não vejo", disse Lula, completando que vislumbra um cenário melhor durante a campanha formal em 2022.
"Isso porque ele já está em campanha e eu não estou ainda. Quando a gente entrar em campanha, eles vão ver a qualidade do nosso discurso para o povo religioso, de todas as religiões. Porque nós precisamos defender o estado laico. E cada religião tem que se organizar do jeito que as pessoas querem se organizar", completou.