CMBH

Macaé diz que proibição a linguagem neutra dispersa reais problemas da educação

A vereadora de Belo Horizonte cita gargalos da Educação, como, por exemplo, a ausência de acesso à inclusão digital, a evasão escolar e a falta de vagas para educação integral

Qui, 07/07/22 - 10h30
A vereadora Macaé Evaristo (PT) foi um dos oito votos contrários à proibição da utilização da linguagem neutra em escolas de Belo Horizonte | Foto: Reprodução/Rádio Super 91,7 FM

A vereadora Macaé Evaristo (PT) apontou, nesta quinta-feira (7), em entrevista ao Café com Política, do Super N 1ª Edição, da Rádio Super 91,7 FM, que a discussão sobre a proibição à linguagem neutra dispersa os problemas concretos da rede municipal de ensino de Belo Horizonte. A proibição, proposta pelo vereador Nikolas Ferreira (PL) por meio do Projeto de Lei 54/2021, foi aprovada pela Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH), em votação simbólica, na última terça (5), em 1º turno.

Macaé já havia argumentado que o texto seria inconstitucional, já que cabe à União, por meio do Conselho Nacional de Educação, não ao Município, legislar sobre a base comum curricular das escolas. “Fico pensando: a não ser nos dispersar dos problemas concretos que precisamos resolver hoje para a melhoria da qualidade da educação das crianças, qual serviço isso traz?”, questiona a ex-secretária de Educação de Belo Horizonte (2005-2012). 

A vereadora cita, por exemplo, gargalos da Educação como a ausência de acesso à inclusão digital, o desafio da evasão escolar e, sobretudo, a ausência de vagas para a educação integral em Belo Horizonte. “A gente não conseguir ampliar a permanência das crianças o dia inteiro nas creches é um problema concreto. Uma mãe que deixa a criança na escola às 7h e tem que buscar já às 11h30 é um problema. É sobre essas questões que a gente deveria estar se debruçando, não com essas falácias”, critica.

Macaé acrescenta que discutir a utilização da linguagem neutra ou não binária nas escolas de Belo Horizonte é contraproducente. “Criamos um problema que não existe, gastamos um tempo enorme e desperdiçamos dinheiro público para debater questões que, de verdade, não mudam nada na vida cotidiana, na qualidade de vida e na melhoria da educação das crianças”, aponta a integrante da Comissão de Educação da CMBH.

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