O líder da oposição na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), Ulysses Gomes (PT), avalia que a prorrogação da carência da dívida de R$ 156,57 bilhões do Estado com a União seria um recado ao governador Romeu Zema (Novo). Após a liminar do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Kássio Nunes Marques nessa quarta-feira (13/12), Ulysses classificou a decisão como uma “vitória do diálogo”.
Ao subir o tom contra Zema, Ulysses diz que espera que Zema desça do palanque para governar Minas Gerais “como o Estado espera, dialogando, com respeito e com responsabilidade”. “A liminar do STF é uma conquista de Minas Gerais. É uma conquista, sobretudo, do diálogo, daqueles e daquelas que acreditam que, na política, a relação, o diálogo e a confiança são fundamentais”, aponta o líder da oposição.
Após atribuir a liminar ao “diálogo”, Ulysses cita o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o presidente da ALMG, Tadeu Martins Leite (MDB), o Tadeuzinho, o presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD), e o bloco de oposição. “É com união e diálogo, que, com certeza, vamos encontrar a solução. Mostramos que somos capazes e vamos continuar defendendo uma alternativa real, que resolva o problema de Minas, da dívida, e não apenas um problema de governo”, critica.
O TEMPO procurou o líder do governo Zema, João Magalhães (MDB), mas, até a publicação desta reportagem, não conseguiu contato. Mais cedo, antes da liminar, Magalhães destacou que a base também aguardava uma manifestação de Nunes Marques. “Nós temos o prazo até o dia 20, mas estamos no aguardo, como todos vocês já sabem, do deferimento de uma liminar - positivo ou negativo, não sabemos - que pode sair a qualquer momento”, disse o líder do governo.
Já o líder do bloco de governo, Cássio Soares (PSD), avalia a prorrogação como “um novo caminho para Minas Gerais”. “Com a prorrogação do prazo concedida pelo ministro Kássio Nunes Marques, nós temos mais tempo para avançar com as negociações e encontrar uma saída para a dívida de Minas Gerais com a União, dentro da proposta apresentada pelo senador Rodrigo Pacheco. Vamos trabalhar para dar essa resposta aos mineiros e às mineiras”, diz o deputado.
O governo Zema também foi procurado, mas, até a publicação desta reportagem, não respondeu. Tão logo o governo se manifeste, o posicionamento será acrescentado na matéria.