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Além do impacto político na base do governo na Assembleia Legislativa (ALMG), a saída de Custódio Mattos da Secretaria de Governo pode ter um reflexo ainda maior sobre o Legislativo. Nos corredores da ALMG, parlamentares comentam que a troca do principal articulador político do Executivo com a Casa deve atrasar ainda mais a análise e a liberação das emendas parlamentares apresentadas para o orçamento deste ano. A informação é de que todas as negociações realizadas até o momento estão travadas e que as articulações feitas foram por água abaixo.
Há quem diga que o trabalho feito por Custódio até o momento foi em vão, e que serão necessários meses até que o novo titular possa avançar no entendimento sobre o tema. “Vai zerar o processo. Tudo o que foi acertado sobre as emendas impositivas que outras secretarias rejeitaram e o Custódio estava reavaliando politicamente”, disse um deputado em reserva, acrescentando que o governo de Romeu Zema (Novo) “vai enrolar (os deputados) por mais seis meses”.
Também em reserva, outro parlamentar admitiu a possibilidade de atraso, mas pontuou que deve ser algo momentâneo. “Toda troca tem suas complexidades. Deve haver uma morosidade até o novo secretário pegar jeito, entender o que está em andamento, mas não acho que vai ser o fim do mundo por causa disso”, disse. O deputado destacou que o processo pode gerar um aumento na insatisfação com o governo. “Pode aumentar sim, mas depende muito do bloco. Existem discussões localizadas e há um grupo interno que se sentiu desprestigiado com a notícia da troca (de Custódio Mattos)”.
Líder do bloco independente Liberdade e Progresso, Cássio Soares (PSD) não acredita que a troca deva gerar grandes transtornos. “Não acredito que volte à estaca zero, até porque boa parte dessas negociações estavam sendo feitas com o governador”, explicou, ressaltando que Romeu Zema “está ciente da necessidade de honrar o compromisso de pagamento das emendas dos deputados”.
O deputado espera que o governador dialogue com o novo secretário sobre a diretriz de execução das indicações feitas pelos parlamentares. “Pode atrasar momentaneamente até o secretário sentar, fazer ajustes e se inteirar da situação, mas nada que seja relevante”.
Outro parlamentar lembrou que antes de Custódio Mattos deixar a secretaria, o processo de análise já estava adiantado. “Estava tudo em andamento. A partir do momento em que o novo secretário for designado, acho que com mais ou menos dez dias está tudo resolvido”, disse, lembrando que o acordo feito pelo Executivo prevê que metade das emendas individuais – de R$ 5,57 milhões por deputado – sejam pagas entre agosto e outubro. “Com relação às emendas de 2019, podem ter algumas com problemas de documentação, coisas burocráticas. Se tiver algum atraso, é pontual, nada que possa comprometer o andamento”.
A possibilidade de a Secretaria de Governo ser ocupada pelo deputado federal Bilac Pinto (DEM) também pesa para que não haja descontinuidade, na avaliação de um deputado. “O Bilac é deputado federal, e já conhece o sistema. Acho que não trará nenhum prejuízo”.
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