O diretório nacional do PT adiou, por tempo indeterminado, a eleição para a presidência do diretório de Minas Gerais prevista para este domingo (6/7) após a Justiça determinar a participação da deputada federal Dandara Tonantzin. A decisão foi comunicada pela Secretaria Nacional de Organização aos filiados no fim da noite deste sábado.

Apesar da decisão, a secretaria fez um agravo à manifestação do diretório estadual nos autos, favorável à habilitação da candidatura de Dandara, que foi barrada pelo próprio partido na última terça (1º/7). “Esta Executiva nacional não reconhece a legitimidade da manifestação do diretório estadual sobre a decisão judicial e seus impactos na eleição no Estado”, pontuou.

Em um ofício aos filiados, a Secretaria de Organização ainda convocou para a próxima terça (8/7), às 17h, uma reunião extraordinária do diretório nacional do PT. De acordo com a Executiva, o encontro será para “tratar sobre o tema (adiamento da eleição) e dos casos de judicialização por parte de filiados contra decisões internas do partido”.

Dandara foi habilitada a disputar a presidência do diretório estadual do PT por uma liminar da 17ª Vara Cível de Brasil concedida neste mesmo sábado, às vésperas da eleição. Assinada pelo juiz Jerônimo Grigoletto Goellner, a cautelar anulou decisões de instâncias internas do partido, como a Comissão de Organização Eleitoral Nacional e a Câmara de Recursos.

Apadrinhada pelo deputado federal Reginaldo Lopes, a candidatura de Dandara havia sido barrada por uma dívida de cerca de R$ 130 mil com o próprio PT, fruto de mensalidades atrasadas. Enquanto o diretório nacional alega que a deputada federal descumpriu o prazo fixado para a regularização de candidatos, ela argumenta que atendeu à data, mas um problema bancário provocou o estorno do pagamento.

Ao justificar o adiamento da eleição do diretório estadual de Minas, a Secretaria de Organização apontou “impossibilidade logística”. De acordo com a Executiva nacional, não há como inserir o nome de Dandara em tempo hábil “nas cédulas já produzidas, impressas, e distribuídas aos mais de 700 municípios do estado de Minas Gerais”.

Além disso, a secretaria alegou que “todos os procedimentos preparatórios adotados para votação, fiscalização e apuração dos resultados” já foram realizados e que há uma “inviabilidade política” para incluir Dandara na eleição, “decorrente da insegurança que pode ser imposta aos filiados e filiadas do PT que exercerão seu voto neste domingo”. 

Para o diretório nacional do PT, o adiamento atende à decisão da 17ª Vara Cível de Brasília em “garantir igualdade de condições aos candidatos”. “Sem prejuízo da defesa do diretório nacional no processo em referência, que demonstrará a plena regularidade de todas decisões tomadas pelas instâncias internas do partido”, ressaltou. 

Fora Dandara, a sucessão do deputado estadual Cristiano Silveira à frente do diretório do PT em Minas é disputada por três outros candidatos: a 1ª vice-presidente da Assembleia Legislativa, Leninha, o ex-presidente do PT de Juiz de Fora, Zona da Mata, Juanito Vieira, e o advogado Esdras Juvenal, de Iturama, Alto Paranaíba.