MINAS GERAIS

'Se formos a Brasília de pires na mão, voltaremos de lá sem ele', diz secretário

Otto Levy defende reforma da Previdência e afirma que os problemas de Minas precisam ser resolvidos no próprio Estado

Por Rodrigo Freitas
Publicado em 24 de julho de 2020 | 11:17
 
 
Otto Levy Reis, secretário de Planejamento do governo Romeu Zema Foto: Reprodução

Em vez de procurar soluções para a crise financeira do Estado em Brasília, Minas precisa resolver o problema por conta própria. Assim pensa o secretário de Planejamento e Gestão do Estado, Otto Levy Reis, que concedeu entrevista ao quadro Café com Política, da rádio Super 91.7 FM, na manhã desta sexta-feira. Para defender a aprovação da reforma da Previdência dos servidores estaduais, o secretário afirmou que não adianta ir a Brasília "de pires na mão".

"Durante muito tempo, se vendeu que a ilusão de que a solução dos problemas de Minas estava em Brasília, mas eu quero dizer para a sociedade mineira e para o funcionalismo público que, se a gente for de pires na mão em Brasília, o máximo que vai acontecer é eles tomarem o nosso pires", afirmou o Levy na entrevista.

Para justificar a necessidade das alterações na previdência estadual, o secretário usou números. Segundo ele, a pandemia aumentou em R$ 4 bilões o déficit previsto para o Estado neste ano, que chega aos R$ 17 bilhões. Ainda de acordo com Levy, o rombo da previdência, sozinho, é de mais R$ 19 bilhões. "O Estado está à beira da falência", explicou.

Um dos principais auxiliares do governador Romeu Zema (Novo), Levy explicou que, antes mesmo da reforma, o Estado já fez sua parte. Houve um contingenciamento de 49% das despesas e cortes. Foram suprimidos 50 mil cargos entre comissionados e terceirizados e cortados mais de R$ 1 bilhão em compras. "A cada mês sem a reforma da Previdência, são R$ 240 milhões a menos nos cofres do Estado", argumentou.

Prazo. Apesar da defesa incondicional da reforma, Otto Levy afirmou que o governo de Minas hoje vê como "bem razoável" o prazo de aprovação da reforma estimado pelo presidente da Assembleia, Agostinho Patrus (PV), para meados de agosto.

O secretário também afirmou que o governo de Minas está aberto ao diálogo para aprimoramentos no projeto, mas com ressalvas. "Quero deixar claro para as associações, servidores e sindicatos que temos alguns parâmetros para respeitar. Esses parâmetros foram colocados pela Constituição", afirmou Levy citando em seguida a idade mínima para aposentadorias e a alíquota média de 14% de contribuição de servidores.