A ausência do atual prefeito Vitor Penido (DEM) e do ex-prefeito Carlinhos Rodrigues (PSB) – adversários há quase quatro décadas – na disputa pela Prefeitura de Nova Lima, na região metropolitana de BH, criou um novo cenário político na cidade.
Até o momento, pelo menos 11 políticos se colocam como pré-candidatos à prefeitura e criam uma grande indefinição sobre o pleito, a ser realizado em novembro deste ano.
Entre os postulantes estão o vice-prefeito João Marcelo (Cidadania), o presidente da Câmara Municipal Fausto Niquini (PSD), o vereador Wesley de Jesus (DEM), nome apoiado por Penido, Roberta Zanon (PSOL), entre outros, incluindo o recém-criado Unidade Popular (UP), com o nome de Jobert Jobão.
No entanto, no entendimento dos pré-candidatos, o leque de mais de uma dezena de nomes na corrida deve ser reduzido a, no máximo, cinco candidaturas. Existem diálogos permanentes entre os políticos para se criar uma grande frente oposicionista a fim de minar a candidatura de Wesley de Jesus e não perder os votos que seriam distribuídos por várias chapas.
O vereador Wesley de Jesus conta com o apoio do atual prefeito para alavancar a candidatura. “O Vitor Penido é uma grande liderança, tem 45 anos de experiência pública, o direcionamento dele para nosso nome com mais de 90% (de apoio) do governo demonstra o que queremos, que é dar continuidade ao trabalho e avançar”, disse o pré-candidato, que rechaçou qualquer possibilidade de entrave pelo fato de o vice-prefeito também colocar seu nome na corrida.
O vereador afirmou que a situação da cidade está tão indefinida que há diálogos em quase todos os grupos, incluindo o dele com outros quatro concorrentes. Jesus classificou que as definições devem ocorrer “no apagar das luzes”.
O presidente do Legislativo, Fausto Niquini, considera que as várias candidaturas são colocadas como forma de “medir” a aceitação local para que no segundo momento haja um entendimento e alianças. Segundo Niquini, há uma luta constante para que tenha entre três ou quatro candidaturas no máximo, com uma aliança maior no grupo da “centro-esquerda”, que no cenário mais otimista poderia englobar até sete nomes.
Aliados e oposição da atual gestão
O vice-prefeito João Marcelo (Cidadania) vê o grande número de pré-candidatos na corrida pela Prefeitura de Nova Lima como algo positivo no momento.
“Já que a nossa cidade nos últimos 30 anos foi governada por dois grupos políticos. Para mim, democracia é sinônimo de participação, e, quanto mais pessoas empenhadas em fazer o melhor para a cidade, melhor”, afirmou. Ele, entretanto, vê como normal, ao longo do período eleitoral, a formação de alianças entre os concorrentes. “A caminhada eleitoral ainda está no início”, ressaltou Marcelo.
Roberta Zanon, do PSOL, pretende levar adiante a sua candidatura e cogita se aliar, apenas, ao nome da Unidade Popular pela convergência de ideias e bandeiras.
“O atual governo terá um pré-candidato a quem eles já estão trabalhando apoio, e tem os demais candidatos que seriam a oposição ao atual governo. Existe uma tentativa de negociação entre esses pré-candidatos de oposição para construção de uma frente de oposição, e alguns partidos de esquerda têm mais dificuldade de participação nessa frente. É o caso do PSOL e o caso da UP também, que é outro partido de esquerda com dificuldade de participar dessa frente ampla que está sendo desenhada na cidade”, avaliou.
A pré-candidata pelo PSOL também projeta o desenho final mais enxuto com até cinco candidatos na cidade.