Estratégia

Votação do Plano Diretor de Belo Horizonte é adiada

Vereadores contrários ao projeto passaram toda a sessão executando manobras de obstrução

Por Bernardo Miranda
Publicado em 05 de junho de 2019 | 21:50
 
 

Ficou para esta quinta-feira, 6 a votação do novo Plano Diretor de Belo Horizonte. Com os ânimos exaltados nas galerias e no plenário, vereadores contrários ao projeto passaram toda a sessão executando manobras de obstrução para retardar a apreciação. Mais de 3.000 requerimentos foram apresentados por três parlamentares. Em função disso, as cinco horas de reunião serviram apenas para manter vetos do prefeito Alexandre Kalil (PSD).

A todo momento, os vereadores Pedro Bueno (Podemos), Fernando Borja (Avante) e Gabriel Azevedo (PHS) usavam o regimento da Casa para fazer discursos e atrasar o processo de votação. Isso irritou a Mesa Diretora e fez a presidente da Casa, Nely Aquino (PRTB), aprovar uma moção de censura ao vereador do Podemos. “Senhor Pedro Bueno, quem está presidindo a sessão sou eu, não é o senhor”, afirmou Nely.

Ela também se irritou por diversas vezes com Azevedo. O vereador, inclusive, chegou a brincar com os presentes na galeria que iria chamar o VAR para rever as decisões tomadas pela presidência da Casa, fazendo referência ao árbitro de vídeo adotado nas partidas de futebol para rever lances polêmicos.

Depois foi a vez de o vereador Jair Di Gregório (PP) se irritar com Bueno. Eles quase foram às vias de fato. Nas galerias, manifestantes favoráveis e contrários à aprovação do Plano Diretor chegaram a trocar empurrões, o que demandou intervenção dos seguranças.

“Apresentamos vários requerimentos porque queremos mostrar para a população que esse Plano Diretor não pode ser aprovado sem um estudo de impacto econômico da implantação dessas medidas em Belo Horizonte. O nosso temor é que o Plano Diretor prejudique o setor de construção civil na capital e afete a geração de empregos”, destacou o vereador Pedro Bueno.

Já o líder de governo, Léo Burguês (PSL), afirmou que já contava com a possibilidade de não conseguir votar o Plano Diretor ontem. “Mantivemos a base de governo mobilizada na Câmara para limpar a pauta, votando vetos e requerimentos para que, na próxima sessão, o Plano Diretor seja o primeiro da pauta”, disse.

Os vereadores mantiveram o veto do prefeito Alexandre Kalil ao projeto de Lei 123/2017, do vereador Carlos Henrique, que torna permanente o programa comunitário de limpeza urbana conhecido como Gari Comunitário. A previsão é que o Plano Diretor seja aprovado na sessão plenária desta quinta, 6, marcada para 14h30. 

Presença

Durante praticamente toda a sessão estiveram presentes 39 dos 41 vereadores da capital. Para ser aprovado, o plano precisa de dois terços da Câmara, o equivalente a 28 votos.