Cheirinho onde?

Atuação de gala faz Cruzeiro largar em ampla vantagem sobre o Fla no mata-mata

Raposa vence no Maracanã por 2 a 0, com gols de Arrascaeta e Thiago Neves, e pode até perder no jogo de volta no Mineirão

Arrascaeta | Foto: CARL DE SOUZA / AFP
Josias Pereira| @josiaspereira
08/08/18 - 23h43

Rasguem os tabus e que se talhe uma nova história. Diziam que o Cruzeiro não vencia no Novo Maracanã, que há nove anos um triunfo sobre o Flamengo não acontecia.

Mas tabus foram feitos para serem dinamitados. Na noite de ontem, o remodelado Mário Filho, enfim, se vestiu de azul. 

Com uma vitória gigante por 2 a 0, gols marcados por Arrascaeta e Thiago Neves,  o Cruzeiro superou o Flamengo e saiu à frente na luta por uma vaga nas quartas de final da Copa Libertadores. No jogo da volta, no Mineirão, no dia 29 deste mês, a Raposa pode até perder por 1 a 0  que mesmo assim se garante na próxima fase.

Um prêmio para uma equipe que se manteve focada do primeiro ao último minuto de um jogo decisivo.  

Um Cruzeiro cerebral, estratégico, cascudo. E que não se intimida quando os desafios lhe são apresentados. Uma atitude à altura do jogo, à altura do Maracanã e que condiz com o espírito da competição. O Cruzeiro, a cada novo duelo de mata-mata, vai encarnando o mantra. E a história se repete. Se tem decisão, tem Arrascaeta. Ele, que deixou sua marca no primeiro jogo da decisão da Copa do Brasil do ano passado, justamente no Maracanã. voltou a regular no Mário Filho. Um estádio que faz bem aos uruguaios. 

A bola parece procurar o camisa 10 celeste. Não só ele. Robinho também. A dupla que vem sendo a diferença do time na atual temporada surgiu para calar os rubro-negros.

E essa imposição foi rápida e rasteira. Logo aos 9 min da etapa inicial, Robinho recebeu de Thiago Neves dentro da área e mesmo marcado por uma legião de flamenguistas deu um passe seco para Arrascaeta fuzilar a meta defendida por Diego Alves. 

Gol que fez o uruguaio se tornar, de forma isolada, o maior artilheiro estrangeiro da história do Cruzeiro, 46 tentos contra 45 do boliviano Marcelo Moreno. Arrascaeta também é o goleador do time celeste no ano, com 11 bolas na rede. E Robinho, o maior garçom, com dez assistências. 

O cenário que o Cruzeiro imaginava estava formado, um gol marcado fora de casa assegurado. Coube a Raposa a tranquilidade, a serenidade que os comandados de Mano transpareciam mesmo que o Flamengo tentasse. Diga-se de passagem, com tudo que o Cruzeiro queria para se impor ainda mais: o jogo aéreo. Dedé e Fábio eram as muralhas intransponíveis. O Urubu se dobrou ante à Raposa, sempre sagaz. E a voz que ecoou no Maracanã foi da torcida azul. No embalo do espetáculo comandado pelos cruzeirenses, o time manteve a toada na etapa final e o prêmio para as vozes que jamais se calaram, pelo contrário, se impuseram, mais uma vez, dentro do Maracanã, veio com Thiago Neves. Um leve e mortal desvio do camisa 30 após uma pancada de Lucas Silva, aos 32 min da etapa final. Era o fim do carma, dos tabus no Novo Maracanã. 
 

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