Os ex-dirigentes do Cruzeiro podem parar na prisão por causa de crimes praticados na administração do clube. A avaliação é do advogado criminal, Gustavo Francez.

Nessa quarta-feira (11), a Justiça aceitou a denúncia do Ministério Público contra o ex-presidente do Cruzeiro, Wagner Pires de Sá, o ex-vice-presidente de futebol, Itair Machado, o ex-diretor geral do clube, Sérgio Nonato, além de outras seis pessoas por crimes de lavagem de dinheiro, apropriação indébita, falsidade ideológica e formação de organização criminosa.

"Eu entendo que somente ao final do processo, após todos os recursos e caso eles sejam condenados por todos esses crimes elencados pelo Ministério Público pode sim existir o risco de prisão", destaca Gustavo Francez, em entrevista à rádio Super 91,07 FM.

Os especialistas explicou os próximos passos do processo. "Os réus serão citados agora para apresentarem suas respostas à acusação dentro do prazo legal de dez dias", explicou.

O Ministério Público pediu a condenação dos investigados, além da fixação de uma indenização ao Cruzeiro correspondente a 100% da perda que o clube sofreu mediante às apurações, ou seja, aproximadamente R$ 6,5 milhões.

"O artigo 387 do Código de Processo Penal determina em seu inciso 4º a fixação de um valor mínimo a título de reparação dos danos causados pela prática da infração penal. O juiz pode condenar os acusados a repararem  os danos sofridos ao clube", pondera o advogado criminal.

Os demais indiciados são os empresários Wagner Cruz, Carlos Alberto Isidoro, o Carlinhos Sabiá, e Cristiano Richard; além de Ivo Gonçalves, pai do garoto Estevão William, de apenas 12 anos, conhecido como Messinho; Fabrício Visacro, cunhado de Itair Machado e que foi assessor de Futebol do Cruzeiro; e Christiano Polastri Araújo, ex-presidente do Ipatinga. 

Resposta dos réus

O Super.FC entrou em contato com os réus. Mas apenas alguns deles se manifestaram, A reportagem obteve resposta de Itair Machado. Por meio de mensagem no WhatsApp, o ex-vice de futebol viu o inquérito como algo positivo, pois pretende provar que é inocente.

"Agora vou poder provar minha inocência e mostrar que tudo o que aconteceu foi uma armação política. Vou revelar quem foi a pessoa que fez essa denúncia anônima", declarou o ex-dirigente.

Sérgio Nonato, ex-diretor geral, repassou o contato para Leonardo Bandeira, seu advogado. Ao Super.FC, o representante legal de Serginho disse que não se manifestaria sobre o caso até que tomasse conhecimento dos crimes e a denúncia que foi feita contra seu cliente.

Wagner Pires de Sá não atendeu nenhuma das ligações e contatos feitos pela reportagem. Os demais envolvidos não foram encontrados pela reportagem para esclarecimentos.