Comemoração

Fábio 800 jogos: Victor goleiro do Galo exalta 'santidade' de rival

Goleiro e ídolo da Raposa, que mais vestiu a camisa do clube na história, é elogiado por Victor, goleiro do Atlético e por torcedora do clube

Por Soraya Belusi e Thiago Nogueira
Publicado em 21 de outubro de 2018 | 03:00
 
 

Após cada grande defesa, ele sempre glorifica a Deus, como quem abre mão da própria vaidade. Principal protagonista de um plantel de estrelas, é um dos que menos aparece diante das câmeras para enaltecer os próprios feitos. Fábio é assim: discreto, eficiente e uma unanimidade no mundo do futebol. Não há quem negue suas qualidades. 

O Super FC reuniu depoimentos de atleticanos que acompanham a trajetória do goleiro celeste, o jogador que mais vestiu a camisa do Cruzeiro e que vai completar, se entrar em campo hoje, seu jogo de número 800. 

Adversários, mas não inimigos. Rivais, mas reconhecendo a qualidade do oponente. Alvinegros que parabenizam um atleta fora de série.

Joga ou não?

Mano Menezes não confirma o time que começa jogando hoje contra a Chapecoense, às 19h, no Horto, mas garante que não vai escalar equipe mista ou reserva. Ontem, o treinador comandou o único treino antes da partida e todos os jogadores participaram. “Nunca, nem nos melhores dos meus sonhos, eu poderia imaginar que iria fazer uma carreira tão vitoriosa, tão longa, de tantas alegrias e de muita perseverança como aconteceu aqui no Cruzeiro”, celebra o goleiro Fábio.

Opinião do goleiro

Colegas de posição, Fábio e Victor hoje são sinônimos de Cruzeiro e Atlético. Se em campo tem aquela disputa, fora dele é só amizade e parceria. “Independentemente da rivalidade, a gente tenta levar a coisa da forma mais amistosa possível. Tenho um bom relacionamento com ele fora de campo, temos feito alguns trabalhos publicitários juntos. Isso é importante, agrega valor, essa cultura, essa mensagem de paz que a gente prega para os torcedores”, destacou o goleiro do Galo. E se Victor é “São Victor”, Fábio também merece igual status, segundo o arqueiro atleticano. “Ele é um goleiro que faz defesas milagrosas, impressionantes. Pode ser considerado um milagreiro também”, defendeu. Nesses seus 800 jogos com a camisa celeste, Fábio esteve em campo em 57 clássicos. Ele está a um duelo de superar a marca de João Leite, goleiro atleticano nos anos 70, 80 e 90, o então recordista.

Opinião do centroavante

O que seria dos protagonistas sem seus anti-heróis? Que o digam os atleticanos. Entre os atacantes que mais fizeram gols no camisa 1 do Cruzeiro está Diego Tardelli, ídolo alvinegro. Ele fez com que Fábio buscasse nove bolas que chutou na rede, algo que atiça a rivalidade ao mesmo tempo que aumenta a admiração. “Falar das qualidades do Fábio é fácil, difícil é falar dos defeitos. Ele é um dos maiores goleiros do Brasil e um dos melhores que enfrentei na carreira. Para mim, é motivo de muito orgulho terconseguido marcar gols nele e ajudado o Atlético em momentos importantes”, afirmou Tardelli, hoje no Shandong Luneng, da China. “Gostaria de parabenizá-lo pela brilhante carreira. O Fábio é um atleta exemplar dentro e fora de campo e está de parabéns por tudo o que representa para o futebol”, desejou Diego Tardelli. Entre os jogadores que mais fizeram gols em Fábio estão ainda Fred, com oito gols, e Rogério Ceni. 

Opinião da torcedora 

A competência de Fábio debaixo da trave do Cruzeiro é tanta que até torcedor rival exalta os feitos do goleiro. A jornalista Aline Lima, atleticana de coração, reconhece que o camisa 1 do time rival é um dos melhores arqueiros do país. “O Fábio é um atleta fora de série. A cor da camisa não pode sobrepor meu entendimento de futebol. Eu, que sou apaixonada pelo esporte, não tenho como falar que o Fábio é horroroso só porque torço para o Galo”, destacou a torcedora alvinegra. A atleticana afirma que já tietou Fábio quando o encontrou pessoalmente. “Ele é muito merecedor da história que está construindo no Cruzeiro”, afirma. Aos 38 anos, Fábio já está mais perto do fim que do começo da carreira, mas Aline ainda quer ver o goleiro em ação por mais tempo. “Quando o jogador é bom, a gente tem gosto de vê-lo jogar. É bonito ver essa trajetória que ele tem, defendendo tão bem o clube que ele ama”