Um novo ataque israelense contra uma zona humanitária na cidade de Rafah deixou 21 mortos nesta terça-feira (28), de acordo com autoridades de saúde da Faixa de Gaza, controlada pelo Hamas. Também foi informado que 12 dos 21 mortos no ataque eram mulheres. Israel negou a autoria do bombardeio.
Testemunhas ouvidas pela CNN e pela agência de notícias Reuters afirmaram ter visto blindados avançando contra o centro de Rafah. As Forças Armadas israelenses disseram que não conduziram operações nessa área, mas não comentaram os relatos sobre a presença de tanques em Rafah.
Com os ataques, Israel desafia uma ordem da Corte Internacional de Justiça (CIJ), que determinou a interrupção da ofensiva militar terrestre na cidade.
Serviços de emergência de Gaza disseram que quatro projéteis disparados por tanques atingiram tendas de deslocados internos em Al-Mawasi, uma área que tinha sido definida como segura e para onde Israel disse que palestinos deveriam fugir antes de uma invasão da cidade de Rafah, no sul.
De acordo com a ONU, mais de 1 milhão de pessoas já deixaram a cidade, para onde a grande maioria da população da Faixa de Gaza havia fugido desde o início do conflito atual. O deslocamento agrava a crise humanitária no território, onde a maior parte da população convive com a insegurança alimentar e mais de 1 milhão passam fome.
No domingo (26), um bombardeio de Tel Aviv em outra zona humanitária designada pelo próprio exército de Israel matou 45 pessoas e causou indignação na comunidade internacional. Os Estados Unidos, principal aliado e responsável por maior parte do apoio militar recebido pelo país, disseram que "comunicaram ao governo israelense" preocupação a respeito do ataque.
Tel Aviv afirmou nesta terça que investiga a possibilidade de que as mortes do domingo foram, na verdade, causadas por um incêndio que se seguiu ao bombardeio israelense. Um porta-voz das Forças Armadas afirmou que as armas usadas por Israel nesse ataque não seriam capazes de causar tanto dano, e que é possível que elas tenham atingido um depósito de munições no campo de deslocados e desencadeado o incêndio.
O bombardeio no domingo elevou ainda mais a pressão e o isolamento de Israel entre a comunidade internacional, fenômeno que vem aumentando à medida que a campanha militar de Tel Aviv tira mais vidas e piora a crise humanitária na Faixa de Gaza - 36 mil pessoas foram mortos em ataques israelenses desde 7 de outubro, quando a invasão do Hamas deixou 1.200 israelenses mortos.