Medicamentos originalmente criados para tratar diabetes tipo 2, como o Ozempic e o Wegovy (à base de semaglutida), estão revolucionando o tratamento contra a obesidade nos Estados Unidos e na Europa. A eficácia desses remédios na perda de peso chamou atenção de médicos, pacientes e da indústria farmacêutica global.

Nos EUA, estima-se que mais de 15 milhões de pessoas estejam usando ou tentando obter essas medicações para fins de emagrecimento. A demanda tem sido tão alta que fabricantes como a Novo Nordisk e a Eli Lilly enfrentam desafios para atender ao mercado.

O cenário no Brasil é diferente. Apesar da popularidade crescente do Ozempic entre brasileiros que importam o produto ou o utilizam off-label, pois ele é indicado para diabetes tipo 2. Em 2023, a Anvisa aprovou o uso da semaglutida para redução da obesidade, quando usada como Wegovy  - ambos diferem especialmente quanto às doses máximas disponibilizadas (1 mg vs. 2.4 mg, respectivamente).

Em abril deste ano, a Anvisa determinou que os inibidores de GLP-1 devem ser  vendidos com prescrição médica em duas vias. A venda só poderá ocorrer com a retenção da receita na farmácia ou drogaria, assim como acontece com os antibióticos. A validade das receitas será de até 90 dias a partir da data de emissão

Como funciona a semaglutida

A semaglutida age no cérebro, aumentando a sensação de saciedade e diminuindo o apetite. Com isso, os pacientes perdem peso de forma significativa, especialmente quando o medicamento é aliado a dieta e exercício físico.

A Novo Nordisk, fabricante do Ozempic e Wegovy, afirmou que recebe com naturalidade a decisa o da Anvisa sobre a retença o de receita de medicamentos ana logos de GLP-1. "A decisão da agência na o tem relação com a segurança e eficácia dos medicamentos a base de GLP-1 registrados no Brasil", disse a empresa, que afirma compartilhar com a Anvisa a mesma preocupação sobre o uso irregular de medicamentos. 

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