O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta terça-feira (29) que se desentendeu com Jeffrey Epstein porque o financista contratou funcionários do spa do seu clube, entre eles uma mulher que acusou o príncipe Andrew de abuso.
Até agora, a Casa Branca vinha informando que Trump expulsou Epstein de seu clube em Mar-a-Lago há duas décadas “por ser esquisito”. Segundo a imprensa americana, os dois se distanciaram devido a um acordo imobiliário na Flórida.
“Ele contratou pessoas que trabalharam para mim”, comentou o presidente, no voo de volta da Escócia. "Quando fiquei sabendo, disse a ele: 'Escute, não queremos você levando o nosso pessoal'. Não muito tempo depois, ele voltou a fazê-lo, e eu disse: 'Fora daqui'."
Trump indicou que uma das funcionárias levadas por seu então amigo era Virginia Giuffre, que entrou com uma ação civil contra o príncipe Andrew, amigo de Epstein, acusando-o de agredi-la sexualmente quando ela tinha 17 anos. Virginia, que acusou Epstein de usá-la como escrava sexual, suicidou-se na Austrália, em abril.
“Acho que ela trabalhou no spa”, disse o presidente. "Acho que era uma das pessoas. Ele a roubou."
Antes de voltar ao poder, Trump prometeu divulgar mais informações sobre Epstein, acusado por parte da direita conservadora de traficar jovens para uma elite. Mas o FBI e o Departamento de Justiça anunciaram neste mês que não encontraram novos elementos que justificassem a divulgação de mais informações sobre o financista.
Na semana passada, o número dois do Departamento de Justiça americano, Todd Blanche, ex-advogado pessoal de Trump, reuniu-se com o cúmplice de Epstein Ghislaine Maxwell, 63, condenado em 2021 a 20 anos de prisão por ter recrutado menores de idade para o financista.
Ghislaine se ofereceu para depor perante uma comissão da Câmara dos Representantes, mas somente se obtiver imunidade criminal. “Se ela receber clemência, estaria disposta e ansiosa para depor aberta e honestamente, em público”, disseram seus advogados. Sem clemência, somente testemunharíamos se a imunidade concedida fosse concedida.
“Maxwell não pode se arriscar a uma maior exposição criminosa em um ambiente politicamente carregado sem imunidade formal”, explicaram os advogados. Na última análise, eles estimaram que ela somente poderia depor depois que a Suprema Corte decidisse aceitar o recurso para anular a suas declarações.