A Paramount formalizou uma fusão de US$ 8 bilhões, ou R$ 43,7 bilhões, com o conglomerado de entretenimento Skydance Media. A compra da Paramount, anunciada nesta quinta-feira (7), ocorre após uma série de polêmicas envolvendo o governo de Donald Trump.

Para realizar a fusão, as empresas precisavam de aprovação do Federal Communications Commission (FCC), órgão do governo americano responsável por regulamentar as comunicações e mídias do país. A aprovação - liderada por Brendan Carr, indicado por Trump - ocorreu em 24 de julho, mais de um ano após a compra ser anunciada.

A Skydance se comprometeu com a agência para acabar com programas de diversidade, equidade e inclusão nas empresas e, ainda, nomear uma pessoa que ficaria responsável por analisar reclamações de parcialidade envolvendo a CBS, que pertence à Paramount.

O CEO da nova empresa será David Ellison, aliado do presidente americano e filho do bilionário da tecnologia Larry Ellison. "Seguindo em frente, trabalharemos com convicção e otimismo para transformar a Paramount em uma empresa com foco em tecnologia, que combina o coração criativo de Hollywood com o espírito inovador do Vale do Silício", afirmou o executivo, em nota.

RELEMBRE O CASO

Em outubro de 2024, Donald Trump processou a CBS, que pertence à Paramount, por editar de forma supostamente enganosa uma entrevista com a ex-vice-presidente Kamala Harris no programa 60 Minutes.

Em abril deste ano, o produtor executivo de 60 Minutes, Bill Owens, anunciou sua saída do programa. À época, ele citou como motivo a interferência de executivos da Paramount, que não permitiam que ele fizesse "decisões independentes baseadas no que era certo para 60 Minutes e para o público".

A Paramount desistiu do processo, entretanto, e assinou no começo de julho um acordo de US$ 16 milhões (R$ 87,5 milhões) com Trump. A decisão foi criticada por várias profissionais do meio, entre eles Stephen Colbert, que frequentemente critica o atual governo americano. Em seu programa "The Late Show", o apresentador de humor chamou o acordo de "um grande e gordo suborno" para que a FCC aprovasse a fusão. Apenas alguns dias depois, Colbert anunciou o cancelamento de seu programa.

A CBS disse que o cancelamento foi "puramente uma decisão financeira". No programa de 21 de julho, Colbert disse que "sempre foram ótimos parceiros", mas questiona: "como poderia ser puramente uma decisão financeira se 'The Late Show' é o número um em audiência?"

Após o anúncio do cancelamento, o jornal New York Post relatou que "The Late Show" perdia entre US$ 40 milhões e US$ 50 milhões por ano. "Eu poderia entender perdermos US$ 24 milhões, mas onde a Paramount teria possivelmente gastado os outros US$ 16 milhões -ah, sim", afirmou Colbert.