Comportamento

Coronavírus: Pandemia faz buscas por UTI no Google dispararem no Brasil

O pico foi registrado no dia 17 de abril, quando os mortos atingiram recorde diário até então e passaram a marca de 2.000. Hoje, são mais de 5.000

Por DIANA YUKARI E FLÁVIA FARIA
Publicado em 01 de maio de 2020 | 14:47
 
 
 
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 O interesse em buscas no Google por UTI disparou no mês de abril em todo o país e chegou a sete vezes o volume registrado no mês de março. O aumento é registrado na esteira do crescimento de mortes por coronavírus e da lotação de leitos hospitalares em diversos estados.

O pico foi registrado no dia 17 de abril, quando os mortos atingiram recorde diário até então e passaram a marca de 2.000. Hoje, são mais de 5.000.

O levantamento feito pela empresa na plataforma Google Trends considera o período de 1º a 25 de cada mês e mede o volume de buscas em uma escala de 0 a 100, em que 100 representa o ponto máximo de interesse. O Google não fornece dados absolutos do número de pesquisas.

Os dois estados com mais buscas foram o Piauí e o Ceará -este último enfrenta cenário de lotação de UTIs há cerca de duas semanas.

Já as pesquisas pelo termo hospital caíram em abril. A exceção é o estado do Amazonas, que teve maior volume neste mês.
Manaus foi a capital que primeiro se deparou com o colapso do sistema de saúde. Vídeos de corpos ao lado de pacientes em hospitais começaram a circular nas redes sociais no dia 16.

Desde então, a prefeitura precisou contratar containers frigoríficos para armazenar cadáveres e abrir valas comuns nos cemitérios para atender ao crescimento repentino de enterros.

O Amazonas tem a maior taxa de mortes em relação à população no país: são 9,2 óbitos a cada 100 mil habitantes, segundo o Ministério da Saúde.

O Google também registrou aumento nas buscas por coronavírus em estados do Norte, do Nordeste e do Centro-Oeste, enquanto no Sul e no Sudeste o maior interesse aconteceu no início da epidemia no país, em março.

O primeiro caso da Covid-19 foi registrado em São Paulo, em 26 de fevereiro. De início, a epidemia se concentrou no estado e no Rio de Janeiro, disseminando-se gradativamente pelo restante do país.

Os dois estados também foram os primeiros a anunciar medidas de isolamento e restrição ao funcionamento do comércio e serviços.

O maior aumento (27%) no volume de buscas relacionadas à doença em abril ocorreu no Maranhão e no Pará.

Na quarta (29), São Luís teve 100% dos leitos de UTI reservados para tratamento da Covid-19 ocupados. O governador Flávio Dino (PC do B) tinha dito que lançaria na próxima semana decreto endurecendo as regras de isolamento social na capital –o lockdown na capital começa no dia 5.

Já Belém tem quadro de lotação das unidades de terapia intensiva desde a semana passada. O governador do estado, Helder Barbalho (MDB), foi diagnosticado com a doença.
Também houve aumento de buscas por "quarentena" em estados que anunciaram flexibilização de regras ou plano para posteriormente iniciar a retomada das atividades normais, como SP e SC.

As buscas por "fim da quarentena", por sua vez, foram cinco vezes maiores do que no mês de março.

 

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