Covid-19

Ministro da Saúde britânico renuncia após desrespeitar regras da pandemia

Entendo o enorme sacrifício que todos nesse país fizeram, afirmou Matt Hancock

Por Da redação, com APF e Estadão Conteúdo
Publicado em 26 de junho de 2021 | 15:37
 
 
 
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O ministro da Saúde do Reino Unido, Matt Hancock, renunciou ao cargo neste sábado (26), depois de ser criticado por infringir as regras de restrição do governo para evitar a propagação da Covid-19 no país. O descumprimento das medidas de isolamento aconteceu durante um caso extraconjugal do político com uma assessora, revelado por um tabloide britânico.

"Eu entendo o enorme sacrifício que todos nesse país fizeram, que vocês fizeram. E nós, que fazemos essas regras, devemos viver de acordo com elas. E é por isso que eu devo renunciar", declarou Hancock em vídeo publicado nas próprias redes sociais.

"Devemos ser honestos com as pessoas que sacrificaram tanto nesta pandemia, quando os decepcionamos, como eu fiz ao violar as determinações. Quero reiterar minhas desculpas por quebrar a orientação e pedir desculpas à minha família por fazê-los passar por isso", escreveu também Hancock em carta ao primeiro-ministro britânico, Boris Johnson.

As imagens do agora ex-ministro beijando uma colega foram registradas no dia 6 de maio, de acordo com o jornal The Sun, quando as regras adotadas no país proibíam as pessoas de se abraçarem ou terem contato muito próximo. A flexibilização da quarentena aconteceu 11 dias depois do registro, segundo a publicação.

Em ambientes profissionais, o distanciamento social não era uma determinação legal, mas sim uma prática "altamente recomendada" pelo governo. Reuniões presenciais em locais fechados para atividades de trabalho deveriam ser evitadas e, quando isso não fosse possível, realizadas com uma distância de 2 metros entre os participantes. 

Hancock já vinha sofrendo pressão no cargo devido ao cenário da pandemia no país. Neste sábado (26), o Reino Unido registrou o maior número de novos casos de Covid-19 desde o dia 5 de fevereiro, com 18.270 novos infectados. Na semana passada, quase 100 mil pessoas testaram positivo, um aumento de quase 50% em comparação com a semana anterior.

"Trabalhamos muito como país para combater a pandemia. A última coisa que eu gostaria é que minha vida privada desviasse a atenção do foco obstinado que está nos levando para fora desta crise", escreveu Hancock em sua carta de demissão.

Protestos

Milhares de pessoas protestaram no centro de Londres neste sábado (26) contra as restrições anticovid no Reino Unido. A suspensão das últimas medidas de restrição foi adiada para julho, devido ao aumento de casos da doença.

Com bandeiras e faixas com a palavra "liberdade", os manifestantes marcharam ao ritmo de tambores e música no centro da capital britânica, do Hyde Park até o Parlamento.

Com informações da AFP e do Estadão

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