O presidente do governo catalão, Pere Aragonès, cujo partido depende da estabilidade parlamentar do governo central de Pedro Sánchez, exigiu nesta quinta-feira (21) respostas "em uma semana" à suposta espionagem massiva de dirigentes independentistas.
"Devido à gravidade" dos acontecimentos, "deve ser nos próximos dias, na próxima semana, quando houver um pronunciamento claro" do governo do socialista Pedro Sánchez "que não foi dado até o momento", disse Aragonés em entrevista à AFP.
Aragonés pede uma "investigação interna, apoio às comissões parlamentares que devem investigar este assunto e determinar quem assume as responsabilidades" por esta suposta espionagem de que acusa o Centro Nacional de Inteligência (CNI), a principal agência de inteligência espanhola.
O líder catalão e o partido Esquerda Republicana da Catalunha (ERC) acreditam que o governo tem o poder de descobrir o que precisa "em muito pouco tempo", e rejeitou que se esconda atrás do sigilo exigido por uma lei que envolve os serviços de Inteligência.
O caso eclodiu na segunda-feira, quando o Citizen Lab, projeto de cibersegurança da Universidade de Toronto, no Canadá, publicou um relatório identificando 65 pessoas da órbita pró-independência catalã atacadas ou infectadas, entre 2017 e 2020, com o software de espionagem israelense Pegasus. Os últimos quatro presidentes regionais catalães estão nessa lista.
Este programa do NSO Group permite que você leia mensagens e ative remotamente a câmera e o microfone do telefone. A empresa israelense alega que só vende para Estados, e após autorização do parlamento israelense.
A porta-voz do executivo de Sánchez, Isabel Rodríguez, insistiu na quinta-feira que "o governo não tem nada a esconder nesta matéria, [a Espanha] é um país de direito".