Argentina

Procurador acusa presidente Kirchner de acobertar Irã

Em 18 de julho passado, completou-se 20 anos do ataque que deixou 85 mortos e 300 feridos na Associação Mutual Israelita Argentina

Por AFP
Publicado em 14 de janeiro de 2015 | 19:03
 
 
 
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A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, e seu chanceler, Héctor Timerman, foram denunciados nesta quarta-feira pelo procurador que cuida do caso do atentado à Associação Mutual Israelita Argentina (Amia), em Buenos Aires, em 1994, por um suposto plano de acobertar o Irã de suas responsabilidades.

Em um extenso documento, o procurador do caso Amia, Alberto Nisman, denunciou a presidente e outros funcionários de alto escalão do governo por considerar que, em 2011, começou-se a "negociar um plano de impunidade e a acobertar os foragidos iranianos acusados da explosão da mutual judaica".

De acordo com a denúncia de Nisman enviada à corte federal do magistrado Ariel Lijo, o governo da presidente Kirchner bolou um "sofisticado plano criminoso" destinado a favorecer o Irã e a desvincular definitivamente os suspeitos que são procurados pela Justiça argentina.

O procurador classificou de "manobra" a estratégia do governo, que levou à assinatura de um Memorando de Entendimento com Teerã, em 2013, com a participação do chanceler Héctor Timerman, do deputado nacional Andrés Larroque e do líder comunal Luis D'Elía.

Em 18 de julho passado, completou-se 20 anos do ataque que deixou 85 mortos e 300 feridos no centro de Buenos Aires.

As homenagens às vítimas aconteceram em uma comunidade judaica dividida entre a crítica e o apoio ao governo argentino por sua postura frente ao Irã e pelo que muitos consideram como "poucos avanços" para esclarecer a origem do atentado.

Desde 2011, a presidente Cristina Kirchner não assiste aos atos de aniversário da Amia.

A assinatura do memorando de entendimento com o Irã - denunciado como "inconstitucional" pela Amia e por outras organizações judaicas - tensionou as relações entre o governo kirchnerista e essa comunidade, de cerca de 300 mil membros. É a maior da América Latina.

O governo Kirchner defendeu o acordo bilateral com o Irã para investigar os acusados de planejar o ataque.

Cinco ex-funcionários iranianos, entre eles um ex-presidente, atuais ministros e lideranças religiosas locais, têm uma ordem de captura internacional da Interpol contra eles, a pedido da Justiça argentina.

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