Esqueça a figura do batedor de carteira: o mais temido ladrão da sociedade digital age nos sistemas, usa armas online e aplica golpes em tempo real.
Neste 30 de novembro, Dia Internacional da Segurança da Informação (SI), vale a pena alertar: todo o mundo conectado está sujeito a virar alvo de ameaças como ransomware (sequestro de dados), phishing e engenharia social, entre muitas outras.
Diante das novidades da tecnologia que surgem a todo momento, ameaças à segurança da informação evoluem constantemente, assim como a sofisticação dos cibercriminosos. Tais ameaças estão cada vez mais potentes e direcionadas.
Reforço que, para empresas, estão em jogo perdas financeiras envolvendo custo de violação de dados, de investigação e reparação; interrupções nos negócios; fraudes e desvios; de reputação e confiança. Também a propriedade intelectual (roubo de projetos, patentes ou segredos industriais por concorrentes ou hackers patrocinados pode comprometer a competitividade no mercado).
Para o cidadão comum, está em jogo a privacidade de dados pessoais (CPF, endereços e até informações bancárias podem ser “vendidos” na dark web para fraudes ou roubo de identidade). Há riscos diante de golpes financeiros como phishing, roubo de senhas de bancos ou cartões de crédito.
A publicação de regulamentos como GDPR (União Europeia), em 2016, e LGPD (Brasil), em 2018, trouxeram penalidades severas para violações, aumentando a preocupação e os investimentos das organizações, públicas e privadas, em proteção e privacidade de dados pessoais.
Com a internet conectando dispositivos inteligentes (IoT) e a popularização da nuvem, ataques direcionados se tornaram comuns e malwares poderosos como o ransomware começaram a impactar tanto usuários domésticos quanto corporações.
Governos passaram a reconhecer a segurança cibernética como parte da segurança nacional. Estratégias de guerra cibernética (cyberwarfare) e defesa cibernética são discutidas com objetivo de proteger infraestruturas críticas para um país.
Neste mundo cada vez mais conectado, com a Internet interligando bilhões de dispositivos, os ataques cibernéticos tornaram-se mais complexos e globais.
Sim, observa-se uma transformação em relação à SI, que passa de uma preocupação técnica para um pilar estratégico para empresas e governos.
Por isso, é necessário um marco contínuo de educação e transformação cultural.
Para o cidadão comum, a mensagem deve ser mais acessível, mostrando como práticas simples podem protegê-lo. Para o mercado, o foco deve estar em incentivar investimentos consistentes e compromisso com a segurança como uma prioridade estratégica.
Assim, o Dia Internacional da Segurança da Informação se consolida como um catalisador de mudanças significativas em uma sociedade cada vez mais digital.
(*) Roberto Reis é diretor-presidente da Companhia da Tecnologia da Informação do Estado de Minas Gerais (Prodemge)