Hoje, o Auditório JK da Cidade Administrativa, em Belo Horizonte, será palco de um encontro com potencial para mudar a forma como municípios mineiros se relacionam com a tecnologia. O evento, promovido pelo governo de Minas, foi concebido para aproximar gestores públicos de soluções práticas capazes de transformar áreas sensíveis da administração, da mobilidade urbana à arrecadação, da saúde à educação.
Com uma agenda técnica voltada a prefeitos, secretários e servidores municipais, o encontro dará visibilidade a projetos já em curso no estado, como o programa Cidades do Futuro, e criará espaço para que empresas de tecnologia apresentem soluções voltadas ao setor público. Startups com produtos prontos para uso terão a chance de dialogar diretamente com quem decide, o que pode acelerar a digitalização de processos municipais que hoje ainda operam em modo analógico.
Entre os temas mais sensíveis da pauta, a arrecadação de tributos e taxas se impõe entre as prioridades. É impossível falar em modernização da gestão sem enfrentar o problema da inadimplência. Em boa parte dos municípios, os sistemas de cobrança são fragmentados, manuais ou simplesmente obsoletos. Isso compromete a previsibilidade de receita e afeta diretamente a capacidade de planejamento das prefeituras.
Não se trata apenas de conseguir enxergar com clareza o que está sendo perdido, trata-se de arrecadar mais sem cobrar mais impostos. Sem dados em tempo real, a inadimplência vira um buraco invisível. Quando o gestor não sabe exatamente quem pagou, quem deve e quais medidas estão funcionando para recuperar receita, a tomada de decisão vira um exercício de tentativa e erro. A consequência é uma gestão financeira que opera no escuro, enquanto serviços essenciais ficam sem recursos.
Soluções tecnológicas já existem e funcionam. Plataformas que integram todos os tipos de cobrança em um único sistema, automatizam notificações e ampliam as opções de pagamento (como Pix, boleto parcelado e carteiras digitais) têm mostrado resultados consistentes. Municípios que adotaram esse tipo de ferramenta registraram aumentos expressivos de arrecadação em poucos meses, além de uma queda considerável na taxa de inadimplência.
O que falta não é tecnologia. Falta aproximação. A maioria dos gestores municipais ainda não conhece o que o mercado já tem a oferecer ou não sabe por onde começar. É por isso que encontros como este são tão importantes: criam pontes, reduzem o risco da decisão e mostram que modernizar a gestão pública não exige projetos faraônicos, mas escolhas práticas e viáveis.
A arrecadação, nesse contexto, precisa deixar de ser tratada como um processo administrativo e passar a ser encarada como parte da estratégia de governo. Quando digitalizada, ela não só melhora o fluxo de caixa como amplia a margem de ação do gestor. É com previsibilidade que se investe com inteligência; é com dados que se prioriza o que realmente importa: saúde, educação, infraestrutura. À medida que a sociedade cobra mais eficiência, transparência e resultados, os municípios que ficarem presos a modelos antigos de gestão vão perder competitividade institucional. Já os que se abrirem ao diálogo com o setor de tecnologia podem transformar a máquina pública em uma alavanca real de desenvolvimento local.
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