Álvaro Damião é prefeito de Belo Horizonte

A diretriz que adotamos para caracterizar a nova cara de Belo Horizonte é: “A cidade do sim”. O lema poderia soar apenas como uma frase de efeito se não viesse acompanhado de medidas concretas que dialogam com o cotidiano de quem empreende.

Mas não há nada de fantasioso nessa referência. A recente sanção da Lei 11.885/2025, que institui o Estatuto do Desenvolvimento Econômico do Município, confirma que o slogan que adotamos não é um fraseado vazio, mas uma prática administrativa que implementamos em todas as áreas da nossa gestão.

O novo marco legal reconhece que a burocracia é inimiga do crescimento. Por isso, cria mecanismos para simplificar processos e encurtar caminhos, garantindo mais agilidade a todo o ecossistema empreendedor, especialmente para micro e pequenos negócios, que sustentam o comércio local e geram milhares de empregos.

A lógica é simples: cada dia perdido em meio a infinitas papeladas e exigências redundantes é um dia a menos de faturamento, de renda e de oportunidade. Ao dispensar alvarás para atividades de baixo risco e cortar formalidades cartoriais, sinalizamos confiança na boa-fé do empreendedor e reafirmamos que o desenvolvimento não pode ser refém da lentidão estatal.

É uma mudança de mentalidade que estamos implementando. Em vez de presumir desconfiança, tratamos a iniciativa privada como parceira. Isso não significa abrir mão de responsabilidade. Atividades de alto impacto ambiental ou com risco à segurança continuam sob rigorosa análise, e a fiscalização permanece após o início das operações. O equilíbrio entre liberdade e regulação garante agilidade sem perder o compromisso com o interesse coletivo.

Sabemos que governar não significa, ingenuamente, dizer “sim” a tudo. Muitas vezes é necessário dizer “não” – e dizemos “não” à violência, ao descaso com os menos favorecidos e à burocracia excessiva. Porém, preferimos enxergar o copo meio cheio, ou seja: adotamos a estratégia otimista de superar obstáculos por meio de soluções efetivas, inovadoras e criativas.

Nosso compromisso vai além da desburocratização. Trabalhamos, também, para que a cidade seja um ecossistema pródigo em qualidade de vida, onde floresça a economia criativa. O projeto de despoluição da Lagoa da Pampulha, por exemplo, abre caminho para que, em breve, o espelho d’água volte a ser navegável, resgatando a vocação turística e cultural do nosso eterno cartão-postal.

Recentemente municipalizado, o Novo Anel vem sendo melhorado dia após dia com obras estruturantes que garantem maior fluidez ao trânsito e mais segurança aos usuários. Também entregamos áreas revitalizadas que voltaram a ser espaços de convivência e pertencimento, como as praças da Rodoviária, Independência (atual Fuad Noman) e João Pessoa, além da rua Sapucaí. Em breve, a Praça do Papa também estará aberta para receber os visitantes.

O fortalecimento dos grandes eventos é outro eixo essencial. O Carnaval, o Arraial de Belô e a Virada Cultural fomentam o potencial turístico, movimentam a economia, atraem visitantes e geram milhares de empregos temporários, estimulando comércio e serviços. Atuamos, ainda, diariamente para oferecer novos e revitalizados equipamentos públicos essenciais, como escolas e centros de saúde, muitas vezes viabilizados por bem-sucedidas Parcerias Público-Privadas (PPPs).

Tudo isso comprova que o “sim” que defendemos não é uma abstração, e muito menos um gesto irresponsável. Diremos “sim” – e estenderemos um tapete vermelho – ao empreendedorismo consequente, que aqueça a nossa economia, crie empregos e traga melhorias para a vida comunitária. Eficiência administrativa e respeito ao cidadão nos ajudarão a construir uma capital mais humana, moderna, pulsante e inclusiva.

O futuro de BH depende da capacidade de sermos firmes para dizer “não” quando necessário, mas, principalmente, de sermos criativos e ousados para dizer “sim” ao que constrói, une, acrescenta e transforma. A cada dia reafirmamos nosso compromisso de fazer da capital mineira a cidade das oportunidades, da esperança e das realizações.