Já conseguiram dividir o país usando a (maldita) frase “nós contra eles”, aparentemente sem importância, cuja infeliz criação coube a dirigentes do PT, ficando sua divulgação por conta do ex-presidente Lula e de seus asseclas mais íntimos. Proferiram-na, ao longo de muitos anos, de maneira insincera e sem medir consequências. Digo insincera, leitor, porque o governo do PT bajulou os poderosos e os ricos.
A frase agora está sendo usada pela parte radical dos eleitores do presidente Jair Bolsonaro, que, diga-se de passagem, prometeu, em campanha, algo que jamais conseguiria cumprir sem apoio político no Congresso Nacional (ou ele não sabia disso?). A eliminação de hábitos inconvenientes da “velha política” e a implantação da “nova política”, esvaziada de maior sentido, tem que levar em conta a Política com maiúscula, como já tentei dizer em outras oportunidades.
Não é sem razão que estão ficando cada vez mais difíceis as conversas sobre política na família. Entre “amigos”, então, a coisa azedou. Não se discute nenhum dos graves problemas por que passa o país (e são tantos!) sem a apaixonada e, por isso, radical avaliação. E é claro que esse ambiente provoca sentimento não só de raiva, extremamente perigoso no trato da política, mas, o que é ainda pior, de desagradável ressentimento. E é nesse momento que entram em campo os alarmistas de ocasião, que usam não raras vezes a ideologia de um lado ou de outro para enganar o povo. Pedem o fechamento do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal. Não dizem, ou não têm coragem de dizer, que o que desejam, no fundo, é a eliminação pura e simples da liberdade e, obviamente, a implantação de uma ditadura.
Esses radicais se espalham pelas redes sociais. Manobram com informações mentirosas. E muitos dos que se tornaram escravos dela, por boa-fé, má-fé, preguiça ou sei lá o quê, a recebem e, sem qualquer preocupação com sua veracidade, as repassam como se fossem mantras. Fazem parte da verdadeira “milícia da internet”, cujas intenções, embora pareçam insondáveis, são sempre bastante claras.
É importante e oportuno o que disse sobre a imprensa profissional – que sofre ataques indiscriminados – a alguns jornalistas o general Carlos Alberto dos Santos Cruz, ex-ministro da Secretaria de Governo, demitido (sem saber o motivo) pelo presidente Bolsonaro, no último dia 13 de junho. Antes do 14º Congresso da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), do qual participou, o ex-ministro, além de afirmar que ela é fundamental ao país, referiu-se à “massa de irresponsáveis que espalha notícias falsas e congestiona o mundo de informações. O jornalismo investigativo tem que investigar ao quadrado”.
A extrema direita espalha nas redes sociais o ódio à imprensa livre e ainda denigre profissionais da maior respeitabilidade.
É profundamente lamentável!