Por que será que é tão difícil guardar dinheiro? De fato, a maioria dos brasileiros não consegue chegar ao fim do mês com o saldo positivo ou podendo destinar parte da sua renda mensal para investimentos. E, com isso, a saúde financeira fica prejudicada, o que causa diversos problemas para a vida.
Existem vários motivos pelos quais isso acontece, principalmente no contexto atual do Brasil, um país com instabilidade financeira, alta inflação, grande número de desempregados e outros fatores econômicos.
Mas, além dos fatores externos, existem outras questões pessoais e culturais que são barreiras para o brasileiro na hora de poupar e investir. E é sobre isso que vamos falar hoje.
Entenda agora por que é difícil guardar dinheiro e como fazer para reverter essa situação.
Você até pode pensar que é difícil guardar dinheiro porque o salário é baixo e, de fato, não sobra para poupar. E isso é verdade em muitos casos.
Mas, a verdade é que existem milhões de pessoas que têm um salário que daria para viver bem e ainda economizar e investir, mas, ainda assim não conseguem. Tanto que, em dezembro de 2021, uma pesquisa da Confederação Nacional do Comércio (CNC) mostrou que 76,3% das famílias brasileiras estão com dívidas.
A resposta para isso está em três fatores principais: a economia do nosso país, a cultura e as inseguranças pessoais.
Já há alguns anos que o Brasil passa por uma crise econômica grave, potencializada pela pandemia da Covid-19. Com os fechamentos e as demissões, a situação ficou ainda pior, junto com outros fatores como instabilidade política e crise econômica global.
O desemprego deve atingir 11,2% da população em 2022, segundo estimativa do IBGE, e a inflação e as taxas de juros vêm passando por sucessivos aumentos. Esse crescimento das taxas vem fazendo o cidadão sentir no bolso o aumento dos preços.
Com menos emprego, produtos mais caros e juros mais altos, o resultado é uma redução no poder de compra. Com isso, fica mesmo difícil guardar dinheiro.
O estudo DinheiroTabu, desenvolvido pelo Itaú Unibanco, o Datafolha e a consultoria Box1824, avaliou a relação emocional do brasileiro com o dinheiro.
A pesquisa constatou o esperado, embora com dados alarmantes:
Os dados mostram que falar de dinheiro ainda é um tabu e as pessoas se sentem envergonhadas ou até com receio. Os motivos para isso são vários.
Tudo começa com a questão histórica, já que há séculos o dinheiro no país é concentrado na mão de poucos e mantido em segredo. Historicamente, o Brasil sempre viveu em crise e isso cria uma insegurança constante em relação ao dinheiro.
Além disso, ainda que o país esteja sempre com muitas dívidas e a situação seja crítica, os brasileiros são incentivados a viver com pouco e acreditar que “logo vai passar”. Com o respaldo de sucessivos governos que não sabem lidar bem com as finanças. E, com isso, a crença de que não é preciso tratar o dinheiro com seriedade se tornou cultural.
Toda essa carga cultural acaba gerando inseguranças na população, que prefere nem aprender a lidar com o dinheiro. Criou-se uma ideia que é necessário conhecimento técnico e matemático para saber investir e cuidar do dinheiro, como se fosse um “bicho de sete cabeças”.
Mas, embora seja importante ter conhecimento, é preciso desmistificar essa complexidade para que mais pessoas possam ter controle do próprio dinheiro.
Para isso, é preciso falar sobre finanças. Conversar com os amigos, a família, professores para, assim, pegar dicas, trocar conhecimento e começar a reverter a situação.
Diante de tudo isso, ainda assim podemos dizer que é possível guardar dinheiro. E a resposta para isso está em: organização financeira.
O primeiro passo é encarar o problema de frente e entender qual é sua real situação financeira. Para isso, você precisará criar o seu orçamento pessoal.
Consulte o seu holerite, seus ganhos com aluguéis e outras rendas extras e anote tudo. Assim, você saberá quanto realmente ganha, descontando os encargos e impostos.
Agora faça uma lista de todos os seus gastos e separe-os em despesas essenciais e não essenciais.
Agora, você já sabe exatamente quanto ganha e quanto gasta por mês. Pronto! O primeiro passo foi feito.
Agora que você já sabe quanto está gastando com cada item da sua vida, pode criar prioridades e reduzir os gastos mais desnecessários. Existem diversas dicas para isso, como:
Determine uma pequena quantia por mês para investir. Comece com investimentos de renda fixa, de alta liquidez e mínimo risco. Isso significa que você não perderá dinheiro, pelo contrário, terá rendimentos, e poderá retirá-lo quando quiser, se surgir uma necessidade.
Aos poucos, você vai criando o hábito de enviar dinheiro todos os meses para essa conta de investimento e, com isso, ficará mais fácil guardar. O importante é dar pequenos passos para perder o medo.
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