Rosa é uma das cores mais fortes que existem. Ainda assim, muitas vezes o foco dele passa apenas por sua delicadeza.
Neste mês de outubro, é necessário lembrar da imensa força demonstrada por milhares de mulheres todos os dias durante a luta contra o câncer de mama. Lutas que muitas vezes são travadas em silêncio e solidão.
Este mês chega para nos lembrar da importância de cuidar de nós mesmas tanto quanto é comum que cuidemos dos outros. Muitas mulheres carregam o mundo por suas famílias e amigos e acabam negligenciando a si mesmas.
Prevenir é sempre melhor do que remediar. O prognóstico de uma mulher com detecção precoce do câncer é muito menos preocupante do que o de uma que só o descobre quando o tumor já está avançado.
Mas prevenir vai além da detecção precoce, é preciso ir além. É preciso ter uma vida que seja preventiva.
Prevenção é algo que impede que o problema aconteça, e esse poder a mamografia não tem. Não é raro que a mulher, quando apresenta uma imagem suspeita na mamografia, receba a recomendação de realizar o controle com exames de mamografia em intervalos mais curtos para acompanhar – ou seja, acompanhar se o tumor cresceu ou não.
Mas somente essa atitude não impede que o tumor cresça. Em algumas situações, essa condição gera tanta angústia e medo que pode até piorar o quadro.
Apenas acompanhar a evolução é perder um momento muito oportuno de intervir nas condições que estão levando a pessoa a correr risco de câncer.
É preciso chegar antes da detecção precoce para evitar que o tumor sequer exista. Porque, quando ele aparece, por menor que seja, e mesmo que seja tratado nessa fase, a mulher já enfrenta um problema sério que exigirá cuidados e já apresenta uma importante desconstrução da saúde.
A cultura de cuidados deve começar na infância e seguir por toda a vida. Tudo que pode inflamar o corpo feminino aumenta o risco de câncer. Ou seja: fumar, ingerir bebida alcoólica, comer alimentos ultraprocessados, sedentarismo e uso de anticoncepcionais.
Nesse aspecto, devemos ressaltar o quanto têm sido prescritos anticoncepcionais para funções que não são as de evitar uma gravidez. Consequentemente, essa prescrição – para distúrbios menstruais, acne ou mesmo para suprimir a menstruação – expõe adolescentes a um risco cujas consequências ainda não se sabem.
É necessário orientar meninas e mulheres sobre um estilo de vida saudável que as afaste do risco de câncer. Precisamos ter uma visão além do câncer, enxergando a menina que se tornará mulher e que deve chegar a essa condição com menos riscos.
Devemos pensar em qualidade de vida antes de pensar em exames diagnósticos, e divulgar mais outras medidas eficientes para afastar a mulher do risco de câncer e levá-la em direção a uma vida plena, sem medos e riscos.