O Outubro Prateado, campanha que chama atenção para a autonomia da pessoa idosa, ganha relevância à medida que a população brasileira envelhece. 

No Censo de 2022, esse grupo etário representou 15,8% da população total, um crescimento de 46,6% em relação a 2010, quando correspondia a 10,8% da população.

Esse fenômeno não deveria surpreender o governo, que, agora, deve agir de maneira urgente para dar apoio aos mais velhos. Os desafios são grandes e tocam nas áreas do trabalho, da Previdência e da saúde.

A missão se torna ainda mais árdua em um país que não aproveitou todo o potencial de seu bônus demográfico</CW> (quando a maior parte da população está em idade para trabalhar). 

Chegamos a um cenário em que sete em cada dez aposentados continuam trabalhando (no mercado formal ou na informalidade), de acordo com levantamento da Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC). Além disso, 52% são os principais responsáveis pelo sustento da casa.

Além da Previdência e do trabalho, um terceiro desafio se impõe: o da saúde. De acordo com o Instituto de Estudos de Saúde Suplementar, 18% dos planos de saúde privados são de pessoas acima dos 59 anos. E os gastos com procedimentos a partir dos 65 anos tendem a variar de R$ 7.522 a R$ 19.263 (no caso dos usuários acima de 80 anos) – consequentemente, as mensalidades são mais caras.

A promoção do envelhecimento digno da população virá das políticas públicas e da conscientização da sociedade e do setor produtivo. A velhice gera desafios, mas também oportunidades.
Os idosos têm muito a contribuir com a sabedoria, e sua participação tende a se tornar ainda maior com os avanços da ciência. Basta saber direcionar esse valioso recurso para o bem da pessoa idosa e de toda a sociedade.

Cabe ao Poder Legislativo, em todas as esferas, a produção de leis que visem ao bem-estar e à autonomia do idoso. Uma pauta que deve ser prioridade ao longo do debate eleitoral também para o Executivo.