A cobrança de pedágio na região metropolitana de BH deve ser avaliada levando em conta os impactos no transporte de cargas e na integração entre os municípios. As tarifas estão previstas no edital de concessão do Vetor Norte publicado pelo governo estadual. Na semana que vem, uma PEC que pede a proibição das tarifas deve ser votada na Assembleia Legislativa.

Estão previstas as construções de 13 praças de pedágio, sendo seis no trajeto entre Belo Horizonte e Confins, onde fica o aeroporto internacional. 

Um dos principais desafios da implementação dos pedágios está na elevação dos custos logísticos. O transporte de cargas, fundamental para o abastecimento e o escoamento da produção no Estado, sofrerá impactos diretos com a nova tarifa, o que pode resultar em repasse de preços ao consumidor final. Pequenos e médios empresários, que dependem do deslocamento de mercadorias, podem ser os mais afetados, prejudicando a competitividade regional.

Além disso, a mobilidade cotidiana de pessoas por aplicativos de transporte será impactada. O pedágio pode ainda restringir o acesso a oportunidades de trabalho, gravando desigualdades regionais. A circulação de pessoas entre municípios também acontece para acesso a serviços básicos como educação e saúde. 

Diante desse cenário, é essencial que o governo e os legisladores avaliem alternativas que minimizem os impactos negativos, como tarifas diferenciadas ou até mesmo a isenção para moradores locais e incentivos ao transporte coletivo.

Sem alternativas eficientes de transporte público, o que é uma realidade na RMBH, a cobrança pode limitar o direito de ir e vir. Existem ao redor do mundo casos de pedágio metropolitano, mas em um outro contexto de mobilidade. A aplicação prática dessa cobrança em Minas Gerais pode resultar em efeitos negativos do ponto de vista socioeconômico.

O desenvolvimento da infraestrutura é necessário, mas não pode ocorrer à custa da economia e da qualidade de vida da população.