O ano letivo de 2025 está começando nesta semana em Minas Gerais, seja na rede particular, seja nas redes públicas municipais e estaduais. São mais de 2 milhões de jovens, do ensino fundamental ao médio e superior. E todos terão de lidar com a novidade de controlar o uso do celular por estudantes.

A lei 15.100, sancionada em janeiro pela Presidência da República, proíbe a presença de smartphones e outros dispositivos eletrônicos em sala de aula e nos intervalos. A motivação é a busca da melhoria do desempenho dos alunos, reduzindo a distração que as telas oferecem. Nas provas internacionais do Pisa, alunos que utilizam celulares e tablets por quatro horas ou mais, em geral, têm 49 pontos a menos nos testes que os jovens que passam uma hora ou menos usando os aparelhos.

Não será uma tarefa fácil. No levantamento realizado pelo Centro de Tecnologia da Informação, da Fundação Getulio Vargas (FGV), divulgado em julho do ano passado, havia 480 milhões de dispositivos digitais no Brasil – 2,2 por habitante, em média. E os aparelhos estão cada vez mais cedo nas mãos das pessoas. De acordo com o IBGE, mais da metade das crianças entre 10 e 13 anos possuem smartphones.

Como dito, há implicações inegáveis e danosas do uso de telas para a formação pedagógica. Também, há estudos mostrando relações entre os celulares e problemas oftalmológicos, ortopédicos e até psicossociais, como ansiedade e depressão. Mas, por outro lado, também não se pode discutir o potencial pedagógico das novas tecnologias e do acesso fácil à internet fornecido pelos smartphones, quando mediado e orientado por professores em sala de aula.

Assim, a entrada em vigor da proibição do uso dos celulares exigirá moderação e diálogo franco entre estudantes e professores bem como entre escolas e pais. Diante dos conflitos, que certamente haverão, serão necessários paciência e maturidade de todas as partes. E, mais do que tudo, nunca é essencial nunca perder de vista que o objetivo desta medida é, essencialmente, promover a evolução de jovens e da própria educação brasileira.