É impossível não olhar para o passado ao falar em Covid-19, mas, cinco anos depois do início da pandemia, o presente e o futuro também evidenciam os legados e os desafios deixados pela doença. A questão que se impõe é se a humanidade está mais preparada para lidar com questões atuais e até mesmo com uma próxima emergência global.

As lições parecem não ter sido aprendidas em sua totalidade. Exemplo disso é a dengue, que atormenta a saúde da população todos os anos e, mesmo assim, governos e a própria sociedade agem de forma negligente muitas vezes.

A chance de o mundo viver outro evento nas proporções da pandemia de coronavírus não é desprezível. Essa é a conclusão de um estudo estatístico realizado pela Universidade Duke, nos Estados Unidos, e pela Universidade de Padova, na Itália. Analisando os surtos de doenças que ocorreram desde o século XVII, os pesquisadores calculam que as chances de uma nova pandemia são em torno de 2% ao ano.

Mesmo fora de um período de emergência, as ferramentas desenvolvidas no combate ao coronavírus devem ser exaltadas e aplicadas no dia a dia, desde a área da medicina até a gestão governamental.

Entre os avanços sobressai a vacina, e não poderia ser diferente. Graças ao imunizante, foi possível superar a fase aguda da pandemia. O antídoto demonstrou a importância do investimento em pesquisa. Foi uma colaboração inédita e global de cientistas, comunicadores e líderes políticos que dificilmente aconteceria fora de um contexto pandêmico. 

Fica como lição a importância de a resposta governamental ser coordenada, ágil e baseada na ciência. A falta de alinhamento entre diferentes esferas de poder e países dificultou a contenção do vírus, custando vidas e agravando impactos econômicos. Onde houve cooperação os resultados foram melhores.

Além disso, transparência e comunicação eficaz são pilares essenciais. A circulação de informações claras e confiáveis reduz o pânico e aumenta a adesão da população a medidas preventivas.