Discussões precoces sobre eleições não são raridade na política brasileira – na verdade, com pleitos a cada dois anos, a antecipação de possíveis candidaturas está cada vez mais comum. E para as eleições de 2026, tanto em nível nacional quanto estadual, não tem sido diferente. Em Minas Gerais, a “pré-campanha” para o governo do Estado já começou, com o vice-governador Mateus Simões (Novo) se colocando como nome natural da situação, já que o titular, Romeu Zema (Novo), por estar em seu segundo mandato, não pode mais concorrer. 

Nesse arranjo, Simões já praticamente “herdou” o governo, assumindo cada vez mais as funções e agendas do chefe do Executivo estadual – em uma estratégia para se tornar mais conhecido do eleitor –, enquanto Zema tenta viabilizar sua pré-candidatura à Presidência da República. O nome do mineiro será oficializado como pré-candidato do Novo em um evento nacional do partido, no dia 16 de agosto, em São Paulo.

E como em muitos aspectos, Minas é um “resumo” do Brasil também na política. Isso porque, para consolidar sua pré-candidatura ao governo do estado, Simões disputa espaço com outros nomes de centro-direita como o senador Cleitinho (Republicanos), que até o momento aparece melhor em pesquisas de intenção de voto, o presidente da Assembleia Legislativa, Tadeu Leite (MDB), e, embora com chances mais remotas, o deputado federal Nikolas Ferreira (PL).

Na esfera federal, Romeu Zema também terá que superar pré-candidatos de seu espectro político teoricamente mais fortes, sobretudo o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e os governadores de Goiás, Ronaldo Caiado (União), e do Paraná, Ratinho Júnior (PSD).

O desafio da direita é unificar as candidaturas – nacional e estadual –, já que a pulverização de um campo pode favorecer o lado contrário. Em Minas, a situação é um pouco mais tranquila, pois a esquerda ainda não conseguiu consolidar um nome para disputar o governo. Já na eleição presidencial o nó da direita é mais complicado de desatar, pois, embora com a popularidade em baixa, o presidente Lula (PT) ainda é um adversário difícil de ser batido.