A paz das urnas

Daqui a 51 dias, 156 milhões de eleitores terão a oportunidade de estar diante de uma urna eletrônica para escolher chefes dos Executivos e parlamentares das esferas federal e estadual. Aqueles que assistiram aos atos em defesa da democracia, ontem, já puderam ver o aparelho representado de diversas formas – fantasias, balões infláveis e cartazes – simbolizando a importância do dispositivo para a consolidação do regime democrático no país desde 1996, quando foi usado pela primeira vez.

A urna tem interface amigável e intuitiva, com recursos de acessibilidade para permitir que analfabetos e pessoas com deficiência visual e auditiva possam exercer o direito do voto. À primeira vista, o simples objeto nem parece ter por trás um sistema altamente informatizado e uma história de sucesso ao longo de 25 anos de eleições.

Sonho antigo da Justiça Eleitoral, a criação das urnas estava prevista no primeiro Código Eleitoral, em 1932, quando eram chamadas de “máquinas de votar”. O projeto da urna como conhecemos hoje começou em 1995 e foi inicialmente batizado de “Coletor Eletrônico de Votos” (CEV).

O objetivo do projeto liderado pelo Inpe e pelo Centro Técnico Aeroespacial (CTA) era chegar a um dispositivo capaz de eliminar a intervenção humana nos procedimentos de apuração e totalização dos resultados. Depois de 25 eleições gerais e municipais, sem que haja qualquer comprovação de fraude que desabone a segurança das urnas, está provado que a meta foi alcançada.

O voto eletrônico é uma conquista suprapartidária. A segurança das urnas beneficia puramente o sistema de escolha democrática como um todo. É o respeito a esse sistema que vai garantir a paz no pleito e a legitimidade dos mandatos que se iniciam em 1º de janeiro do ano que vem.