O projeto aprovado deixa abertura para a criação de um tributo com essa finalidade.

A vez das patinetes

Calçada foi feita para a circulação de pedestres. Rua foi feita para veículos de tração a motor. A patinete é um veículo frágil. Necessita de um lugar próprio para se movimentar, que a cidade não tem em quantidade. Isso terá que ser providenciado.


Publicado em 13 de junho de 2019 | 03:00
 
 
 
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Como  Rio de Janeiro e São Paulo já tinham feito, Belo Horizonte também regulou, por lei, o uso de patinetes elétricas no transporte individual. O projeto, de autoria do vereador Gabriel Azevedo, vai agora à sanção do prefeito Alexandre Kalil.

A regulação chegou depois que a capital foi tomada por patinetes verdes e amarelas, colocadas à disposição dos usuários por meio de um aplicativo, e em seguida à oferta de bicicletas, também contempladas pelo projeto. As patinetes, porém, caíram no gosto do público.

Como naqueles Estados, o poder público agiu rapidamente – mas não antecipadamente à oferta do serviço, como seria desejável –, em virtude do número de problemas que este trouxe em todos os lugares onde foi implantado, junto também com soluções.

Ao mesmo tempo em que facilita a mobilidade dos cidadãos, o serviço gera  dificuldades, em razão de as cidades não estarem preparadas ainda para ele. Em Paris, estabeleceu-se uma quase anarquia, segundo a prefeitura, com 40 acidentes por dia.

Com 20 mil patinetes, a circulação foi proibida nas calçadas. Em consequência, na última segunda-feira, um homem morreu ao colidir o seu veículo com um caminhão na capital francesa. Nos Estados Unidos, a cidade de Nova York proibiu as patinetes.

No Rio e em São Paulo, o Estado tomou cuidados visando à segurança de usuários e pedestres. As pessoas têm de usar capacetes, e as patinetes têm de ter velocímetro e farol. E as empresas que exploram o serviço terão de contratar um seguro para os usuários.

Calçada foi feita para a circulação de pedestres. Rua foi feita para veículos de tração a motor. A patinete é um veículo frágil. Necessita de um lugar próprio para se movimentar, que a cidade não tem em quantidade. Isso terá que ser providenciado.

O projeto aprovado deixa abertura para a criação de um tributo com essa finalidade.

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