A investigação de casos suspeitos de hepatite aguda infantil em Juiz de Fora e Belo Horizonte é motivo de atenção para pais e autoridades sanitárias. A doença viral, que vem sendo chamada de “hepatite misteriosa”, tem mais de 300 casos em análise em mais de 20 países – em geral, pacientes de 2 a 5 anos – e motivou um alerta da Organização Mundial da Saúde (OMS) no início do mês. No Brasil, há cerca de duas dezenas de casos monitorados em pelo menos sete Estados, entre eles a morte de um bebê no Rio.
Em todo o mundo, estima-se que mais de 345 milhões de pessoas tenha hepatites B e C, mas a maioria delas nem sequer possui consciência disso por não terem sido testadas. Um estudo de 2014 da Faculdade de Medicina da UFMG aponta que 85% dos casos em crianças menores de 2 anos são assintomáticos. E esta é uma grande diferença da atual hepatite aguda infantil: em vez de ser crônica e silenciosa, ela é acelerada e apresenta sintomas evidentes.
Os pacientes da nova hepatite apresentaram, além de inflamação do fígado, diarreia, vômitos, dores abdominais e icterícia. Febre, quando surge, em geral é branda, segundo os relatos apresentados até o momento aos serviços de saúde. De acordo com a OMS, um em cada dez casos evolui para a necessidade de transplante do órgão e, em alguns casos, pode até matar.
Ainda não há informações conclusivas sobre a causa da nova hepatite. Uma suposta relação com a vacina da Covid-19 foi oficialmente descartada pela OMS.