Crianças brasileiras correm sério risco com o possível ressurgimento da poliomielite, doença erradicada no país desde o início da década de 90. A baixa cobertura vacinal contra a paralisia infantil preocupa as autoridades em saúde. A cobertura ideal para a doença é de 80% do público-alvo, mas, no ano passado, a taxa ficou em 67%, de acordo com dados do Ministério da Saúde.
Neste ano, a cobertura ainda gira em torno de 50%. A campanha multivacinal do governo começou na segunda-feira (8). A meta é ampliar os índices até 9 de setembro.
A poliomielite é uma doença altamente contagiosa, causada por um vírus, que pode infectar crianças e adultos. Ataca o sistema neurológico e pode causar paralisia nos membros inferiores. A vacinação é a única forma de prevenção da enfermidade.
Para atingir o objetivo de aumentar o número de crianças vacinadas, é preciso sensibilizar os pais sobre as consequências da paralisia infantil. Um dos motivos da queda na cobertura vacinal é o desconhecimento de grande parte dos pais da atual geração sobre os perigos de enfermidades que assolavam o país há algumas décadas.
A capacitação das equipes de saúde é fundamental para que a informação sobre a imunização chegue até os usuários dos serviços básicos de saúde. O contato próximo desses profissionais do SUS com as comunidades são um trunfo que não pode ser desperdiçado.
O Brasil é um dos únicos países que oferecem um calendário vacinal extenso e abrangente gratuito para toda a população. Apesar disso, a queda da cobertura vacinal é observada não só no caso da poliomielite, como no de outras doenças, mais especificamente desde 2015. A reversão desse processo passa por campanhas de comunicação clara para a sociedade.