Um em cada cinco brasileiros considera que o desemprego é o problema mais grave que o país enfrenta hoje. Este é o resultado da abrangente e criteriosa pesquisa nacional realizada pelo instituto DATATEMPO. Trata-se de um retrato da percepção dos cidadãos sobre a situação brasileira e um subsídio essencial para a tomada de decisão dos poderes públicos.

Quando avaliada individualmente, a situação do desemprego é vista como ruim ou muito ruim por 89,7% dos entrevistados. É a avaliação mais severa dos seis setores pesquisados (economia, democracia, saúde, violência e criminalidade, corrupção e, obviamente, trabalho).

A opinião reflete os números recentes divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Atualmente, 14,4 milhões de brasileiros estão desempregados, e 5,6 milhões simplesmente desistiram de procurar uma vaga no mercado de trabalho (os chamados “desalentados”). Ainda que os dados do Caged mostrem um avanço no emprego com carteira assinada, o IBGE identifica 34 milhões de trabalhadores na informalidade. São 5 milhões a mais de pessoas na economia subterrânea em um ano.

Aprofundando ainda mais o olhar, o que a FGV Social fez em sua pesquisa do início de setembro, percebe-se que a falta de oportunidades é implacavelmente severa com os mais pobres. Nessa faixa, o desemprego chega a 35,98%, sendo que, antes da pandemia, o índice já era de absurdos 26,55% (mais que um quarto da população carente brasileira).

A pesquisa DATATEMPO expressa, de forma contundente, o apelo dos brasileiros por políticas públicas que incentivem a geração de empregos, reduzam a burocracia e os custos para o setor produtivo criar vagas e, assim, produzam crescimento econômico e redução da desigualdade.