O anúncio de dois laboratórios, na semana passada, de que haviam iniciado os testes em humanos de uma vacina contra a Covid-19 alimenta a esperança de superação da pandemia. A expectativa dos fabricantes é que, em dezembro, a medicação já possa ser distribuída nos Estados Unidos.
E não é um esforço isolado: na Itália, cientistas obtiveram bons resultados no hospital Lazzaro Spallanzani com anticorpos criados em ratos. No Brasil,a Fiocruz Minas avança no projeto de uma vacina bivalente contra o coronavírus e a tradicional gripe.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou uma iniciativa global que reuniu mais de R$ 46,5 bilhões para a pesquisa de uma vacina. Cerca de 40 países atenderam ao chamamento – Estados Unidos e Brasil, críticos à OMS, ficaram de fora.
Em todo o mundo, há um esforço da comunidade científica para compreender essa nova doença que tantas mortes e prejuízos vem causando. Quando a pandemia estava surgindo, o número de artigos acadêmicos sobre o Sars-Cov-2 quadruplicou em menos de dois meses, e, graças a isso, hoje há uma compreensão melhor de sua ação no corpo e de seus mecanismos de transmissão humana.
É um ponto importante para a ciência, longe da qual não se encontrará a saída para a pandemia. Mas, diferentemente da boataria e das fake news, o bom conhecimento leva tempo para obter e render frutos para a sociedade como um todo.
Por isso, ainda que os sucessos iniciais das pesquisas devam ser comemorados, é essencial não baixar a guarda dos cuidados preventivos: o distanciamento social, o uso de máscaras e a higienização correta das mãos e de objetos de uso pessoal. Só assim, aliando conhecimento e consciência, é que a humanidade conseguirá vencer o seu maior desafio existencial.