Amanhã, os olhos do mundo se voltarão para o Brasil por alguns instantes, e inevitavelmente eles vão procurar respostas sobre a preservação da Amazônia. A já considerada histórica 75ª Assembleia Geral das Nações Unidas será uma janela para que o país reconstrua a boa vontade internacional, recentemente abalada por esses dois temas.

Por tradição, o representante brasileiro é o primeiro a discursar na Assembleia Geral das Nações Unidas. E, pela primeira vez, isso não se darão sobre o imponente púlpito de mármore, mas por vídeo gravado. O que não diminui a projeção do evento, que tem por objetivo refundar o diálogo global num mundo em transformação e, mais de 30 anos após o fim da Guerra Fria, novamente marcado por profundas divisões.

Nunca na história formou-se um concerto tão amplo visando ao futuro da floresta amazônica. Fundos de investimento internacionais, detentores de mais de R$ 20 trilhões em ativos, aliaram-se a organizações não governamentais e líderes políticos para cobrar respostas sobre as queimadas, que contribuem para a morte prematura de 7 milhões de pessoas todos os anos devido à poluição do ar.

O presidente usará os poucos minutos de que dispõe para defender o argumento de que há um exagero nos relatos de destruição das matas brasileiras, de que há responsabilidade de outros países na questão da poluição e, coerentemente com a sua visão de política externa, é preciso respeitar a soberania dos países que formam a região amazônica.

Independentemente de quem tem razão, o fato é que nem o Brasil, nem os países e os investidores estrangeiros podem prescindir do diálogo para solucionar a questão ambiental. E não há oportunidade melhor para isso do que agora.