Editorial

Concessão da BR_381

Leilão da Rodovia da Morte para a iniciativa privada


Publicado em 03 de setembro de 2021 | 03:00
 
 
 
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Em véspera de feriado, os olhos se voltam para a BR–381, seja por ser a saída para o litoral do Espírito Santo, seja pelo temor de enfrentar a chamada “rodovia da morte” em nome desse descanso. Principalmente por este último motivo, há grande expectativa sobre o leilão de concessão da via, bem como da BR–262, em novembro próximo, como foi anunciado nesta semana.

Com 19,7 mil ocorrências desde 2016, a BR–381 é a terceira rodovia com mais acidentes no Brasil. E a quarta que mais mata. De acordo com informações da Confederação Nacional dos Transportes (CNT), foram 178 mortes somente no ano passado. Com a chegada do 7 de Setembro, o fluxo de veículos na saída de BH para Vitória se multiplica, passando de 20 mil motos, automóveis, ônibus e caminhões por dia nos dois sentidos.

Infelizmente, todo esse movimento se dá sobre uma rodovia com pavimento e sinalização apenas regular e uma geometria da pista ruim, de acordo com o relatório anual da CNT. Essa conjunção nada casual entre mortes e má qualidade da via mostra a urgência das intervenções na infraestrutura.

Infelizmente, o contrato de concessão por 30 anos, orçado em R$ 7,3 bilhões, estipula um prazo de sete anos para a duplicação da saída da capital mineira para o Espírito Santo. Ou seja, as obras em um dos gargalos mais perigosos da rodovia poderão ser concluídas apenas em 2029, e o restante da via, não antes de 2041. Muito tempo para as vidas esperarem.

Sem os entraves inerentes à administração pública, a esperança é que a iniciativa privada seja ágil em responder às necessidades dos usuários e em enfrentar os problemas da “rodovia da morte” para que, enfim, ela possa ser, em paz, simplesmente o caminho para o mar.

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