Editorial

Confusão de cores

Coerência e objetividade de critérios na pandemia


Publicado em 09 de março de 2021 | 03:00
 
 
 
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Em pouco mais de um ano de pandemia, mais de 920 mil mineiros já foram contaminados, e, a qualquer momento, a marca de 20 mil mortes será rompida no Estado. A nova onda, que nacionalmente provoca quase um terço a mais de novas infecções diárias do que no auge da contaminação no ano passado, exige ações coordenadas, coerentes e compreensíveis. Esta é a ideia de um código de cores para situações de emergência. Porém, quem olha para Minas Gerais hoje vê uma colcha de retalhos multicolorida que ontem ganhou mais uma tonalidade: a lilás.

O problema não é a aparência do mapa, mas o que a miríade de critérios e exigências implica para o cotidiano dos cidadãos e para a compreensão do que efetivamente eles precisam fazer para se defender do vírus. Há os municípios que seguem o programa Minas Consciente, outros aderiram voluntariamente à Onda Roxa – mais severa –, e há os que possuem regramento próprio, com diferentes níveis de exigência.

Ao se deslocar pelo arco-íris de regulamentos que cobre o Estado, um cidadão passará por lugares em que só os serviços essenciais podem ficar abertos; em outros, o comércio pode atender apenas por delivery; fora aqueles em que as portas estarão abertas desde que seguido o distanciamento social. Na região metropolitana, cujas divisas são cruzadas diariamente por milhares de trabalhadores, é difícil ter claro em qual regime se está e a qual risco se está exposto.

A ausência de critérios claramente compreensíveis favorece o desconhecimento, dificulta a fiscalização eficiente e gera lacunas nas quais o vírus prolifera com variantes cada vez mais agressivas. É urgente construir o entendimento compartilhado, objetivo e harmônico das regras antes que a única coisa a se perceber no horizonte seja um inevitável alerta vermelho

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