Na última terça-feira, 12.785 pessoas morreram por causa da Covid-19 em todo o mundo, o maior número em 24 horas desde o início da pandemia. No Brasil, 6 milhões de homens e mulheres já foram infectados pelo coronavírus, e pesquisadores da UFMG projetam que, até o fim do ano, 13 mil novos óbitos podem ocorrer em Minas Gerais.
Em nove meses, o vírus tem cobrado um preço alto e, quando a vacina se torna uma realidade muito próxima, ele dá provas de que não perdeu força nem capacidade letal.
Simultaneamente, esse período excepcional, de isolamento e medidas de prevenção, provocou na população o que se convencionou chamar de “fadiga da pandemia”. A OMS estima que seis em cada dez pessoas sentem-se menos motivadas de manter os esforços para combater o vírus. Deixaram de lavar as mãos adequadamente, usam máscaras displicentemente – ou nem as colocam – e relaxam o distanciamento social.
Outras, simplesmente, adotam a crença de que “a pandemia acabou” e promovem aglomerações, festas e outros comportamentos de risco que disseminam o coronavírus no momento em que se lotam leitos de UTI, públicos e privados, por doenças além da Covid-19.
Um comportamento classificado de “ignorante e irresponsável” pelo prefeito de Belo Horizonte, que prometeu endurecer punições e não descartou voltar a fechar a capital. Seja “fadiga” ou “baderna”, esse relaxamento tem um custo.
Economicamente, em Minas Gerais 20.230 empresas fecharam entre março e agosto, e 35.473 vagas de trabalho foram extintas até setembro. E a recuperação será possível apenas se os estabelecimentos continuarem abertos. Mas, para isso, é essencial o esforço de todos contra o contágio e as aglomerações, em favor da prevenção e, acima de tudo, em defesa da vida.