Editorial

Emprego e renda

Geração de postos de trabalho no semestre


Publicado em 30 de julho de 2021 | 03:00
 
 
 
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Nos primeiros seis meses deste ano, 1,53 milhão de novos empregos com carteira assinada foram criados em todo o Brasil. Desse total, 185 mil foram apenas em Minas Gerais. Os dados do Caged, divulgados na manhã de ontem, trazem esperança de que a tão sonhada recuperação econômica da pandemia esteja ocorrendo.

Junho registrou o terceiro mês seguido de crescimento no saldo de vagas no mercado de trabalho graças ao avanço em setores que foram duramente atingidos pelas medidas de isolamento social nesses 16 meses de pandemia. Destaque para o setor de serviços, que, sozinho, responde por quase metade dos empregos gerados no semestre.

Os salários de admissão, contudo, ainda são muito baixos para dar conta dos graves problemas econômicos que as famílias brasileiras enfrentam. Em junho, a média era de R$ 1.806,29, praticamente o mesmo pago em maio e apenas pouco mais de R$ 30 acima da remuneração média de janeiro deste ano.

Muito pouco para dar conta do endividamento recorde das famílias, revelado na quarta-feira pelo Banco Central. Atualmente, de cada R$ 100 recebidos pelos brasileiros, R$ 58,50 estão comprometidos com dívidas bancárias – em abril do ano passado, primeiro mês da pandemia, eram R$ 49,20. E, para piorar, o agravamento da situação ocorre justamente em um momento de disparada da taxa de juros, o que avoluma esses débitos ao longo do tempo até que sejam praticamente insustentáveis.

Baixos salários com endividamento alto trazem impactos diretos na capacidade de consumo da população, reduzindo as bases do crescimento da economia, das vendas e da produção e, no fim das contas, a própria geração de empregos se o problema não for devidamente encarado.

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